segunda-feira, 5 de outubro de 2009
ORIXÁ BARÁ (ELEGBÁRA - ELEBARA - ELÉBA)
Este texto, em sua íntegra foi composto por João Francisco da Costa
Bará pode ser o mais benevolente dos Orixás se é tratado com consideração e generosidade.
O arquétipo de Bará
Os filhos de Bará possuem um caráter ambivalente, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros, ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas. As pessoas de Bará não têm paradeiro, gostam de viagens, de andar na rua, de passear, de jogos e bebidas.
Quase sempre estão envolvidas em intrigas e confusões. Guardam rancor com facilidade e não aceitam ser vencidas. Por isso para ter-se um amigo ou filho de Bará é preciso que se tenha muito jeito e compreensão ao tratar-se com ele.
Lendas
Conta a lenda que houve uma demanda entre Bará e Oxalá para que pudesse saber quem era o mais forte e respeitado, e foi aí que Oxalá provou a sua superioridade pois, durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Bará a qual continha o seu poder mágico transformando-o assim em seu servo.
Oxalá então permitiria que Bará a partir de então recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar.
A Importância de Bará é fundamental, uma vez que ele possui o privilégio de receber todas as oferendas e obrigações em primeiro lugar, nenhuma obrigação deve ser feita sem primeiro saudar a Bará.
É o dono de todas as encruzilhadas e caminhos, é o homem da rua, quem guarda a porta e o portão de nossas casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios, etc. Bará também nos confirma tudo no jogo de IFÁ (Búzios).
Lendas
Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam secos e a chuva não caia. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum Orixá invocado escutou suas queixas e gemidos.
Aluman decidiu, então, oferecer a Bará grandes pedaços de carne de bode. Bará comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Bará teve sede. Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha, e que tinham, em suas casas, os vizinhos, não foi suficiente para matar sua sede!
Bará foi á torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois, sem parar. Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:
Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes;
Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas!
Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca!
E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar! Aluman, reconhecido, ofereceu a Bará carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta. Havia chovido bastante. Mais, seria desastroso! Pois, em todas as coisas, o demais é inimigo do bom.
Barás que acompanham os orixás
Orixá Bará
Bará Lodê
Ogum Adague
Iansã Adague, Tiriri.
Xangô Tiriri
Odé Adague, Lanã.
Obá Lanã
Ossãnha Bô
Xapanã Burukum
Oxum Agelú
Iemanjá Agelú
Oxalá Agelú
Bará Olodê (Olodê Elegbá)
Rezas
Exu exu Olodê – Exu exu o Bará Lanã
Lanã exu – Bará
Adague exu – Bará
Exu Borokum – Bará
Ajiquireme voduma vodum cabin cabin ajiquirema vodum vodum cabin cabin
Ara dum léba ô – Inha
Ama dum léba ô – Inha
Exu Ala Ketu léba ô – Inha
Inha uá majeque – Inha uá majeque
Ibará Bô abobo Jô Bará e maconché, Bará Alajiki Abobo Jô Bará amadeco eco Ibará bô abobo Jô Jubara lé Balé Exu conché
Reza de Olodê para defesa da casa e, quando se pega filhos de outra casa
Fori fori fori bô Exu gire efori bô - Fori fori fori bô Exu gire efori bô
Frentes de Olodê
Geralmente, as frentes de Olodê acompanham as dos demais Barás, constando de milho torrado, 07 batatinhas inglesas assadas sem água e epô. Lembrando-se sempre que esse orixá é guloso, devendo colocar-se uma significativa quantidade de epô em suas frentes e em seu ecó, que é composto de água, 07 punhados de farinhas e epô.
Além do trivial, pode-se ainda fazer uma cozida de aipim como forma de agrado.
O aipim cozido também deve ser utilizado em Erissum, quando se despacha Olodê ou para se colocar no saco do Eru, juntamente com as demais frentes direcionadas aos Barás.
Quando de Erissum, ainda deve-se fazer para Olodê, embora já deva ter sido despachado, três opetés em forma de pirâmides, cobertos com farinha de mandioca crua.
As frutas marmelo e manga também servem de frente a esse orixá, a essa energia, pois as fibras da manga fortalecem o pedido daquilo que se busca.
Bará Adague (Adá Gué Elegbará)
É o orixá da casa (Ilê), aquele que guarda o recinto, atrás da porta, diante dela, é a energia constante que circunda o ambiente na entrada. Suas respostas são obtidas em encruzilhadas abertas e em estradas oblíquas. É uma representação egocêntrica do exigir sem propor uma solução e, ao mesmo tempo, solucionar sem explicar os termos.
Rezas
Eleu amacheri olebara exu abana dá eleu amacheri onibara exu abana dáà Idem
Eleuá demi cheche mirê à Ademi cheche ni bará
Exu já lanã ide à Exu já lãna fumaléo
Exu já lãna adague à Exu já lãna fumaléo
Exu lanã Exu Berim à Exu Berim exu berim lanã
Frentes de Adague
Milho torrado pintado escuro com 07 batatinhas assadas com um opeté de batatas e dendê com o furo no meio, podendo ainda, colocar-se pipoca e dendê A manga também pode ser utilizada.
Bará Lanã Bô (Bô Elegbará)
É o mensageiro de ligação entre as matas e os demais reinos. A força presente no amido e na casca do milho torrado nas matas. Representa a energia do pedido drástico, a fé cega e em excesso, mas também representa o emprego propriamente dito.
Rezas
Bará Bô anarauê a exu Lanã Oni Bará bô anarauê a exu lanã amade coni modi bará bô bará bô bará ueléfa exu lanã
Frentes
Milho torrado claro com pipocas e opeté sem furo no meio. Pipoca frita com azeite comum, forrado com folhas variadas, dando-se preferência ao Ibá (mamoneiro).
Bará Azê ( Aze Oni Elegbá – Aze Lebára)
É o Bará mais selvagem, mais pertinente, mais respeitado e, por isso, o menos citado. Deve-se ter atenção redobrada em seu culto, não acompanha nenhum orixá, embora, responda por todos. É a liberdade e a revolta contra a opressão social e doméstica.
Rezas
Oni Bará eléo Oni Bará eléo Oni Bará ueléfa epô à Idem
Azê ademi amodi Bará exu ajô a modi baim à Idem
Aze Ademi trabalhador de Bará exu com cajado trabalhador de Xangô
Que Zan Bará voduma exu quere quere que Zan Bará voduma exu quere quere.
Frentes
Milho torrado bem escuro com galo vermelho. Pipoca, as 07 batatinhas, 07 pedaços de carne crua com ar de pimenta. Entrega-se em baixo de uma árvore frondosa com velas brancas (sempre).
Bará Bi (Bi Elegbara) Bará Eléfa (Elexu ifá Elegbá)
Bará responsável pela forja, pela formação do caráter dual humano. É a energia do fogo nos compostos inflamáveis da Terra. É a representação cósmica das misturas e reações químicas, sendo também, a incerteza no caminho, as dúvidas que nos levam à reflexão correta ou errada de nossas certezas cristalizadas.
Rezas
Ae ae oni Bará ô ae ae Oni Bará ama celo Ogum ô ama celo Ogunjá ae ae oni Bará à Idem
Bará Tiriri Lanã (Tiriri Lanã Elegbá)
O único dos barás que não se aproxima de cemitérios, sendo, acompanhante de Xangô. Representa a austeridade humana, o sentimento de culpa inexistente, são aqueles que agem por impulso.
Rezas
Exu Tiriri Lanã Exu Tiriri Lanã Bára que Bára Exu Bára Exu Tiriri Lanã à Idem
Exu Tiriri Lanã Exu Tiriri Lanã Bará Força Exu Bará Exu Tiriri Lanã
Frentes
Milho torrado médio, com 07 balas de mel, manga, um pouco de epô e sete batatinhas.
Bará Odá (Odá my Elegbará)
É a intranqüilidade nos caminhos, os problemas possíveis que possam vir a aparecer, são as fendas naturais, as trilhas que chegam às penínsulas, acompanhante de Obá
Rezas
Bará run éco ge co lodá Bará run éco ge co lodá Bará run éco Bará Lodê Bará run éco ge co lodá i Bará Moreum
à Age co lodá
Bará do ecó abram-se Lodês Bará do ecó abram-se Lodês Bará do ecó Bará Lodê Bará do ecó abram-se Lodês Bará do cruzeiro de terra.
Frentes
Milho torrado pintado escuro com 07 batatinhas assadas com um opeté de batatas e dendê com o furo no meio, podendo ainda, colocar-se pipoca e dendê A manga também pode ser utilizada.
Bará Agelú (Agelú Elegbá)
É a areia da beira da praia e do fundo do mar, é a força escavada pela água, determinada a retornar ao ponto inicial, o final do ciclo da rocha, o mineral purificado , porém, também é a total dissolução de pensamentos.
Agelú é o único vodun Elegbá da família de gege.
Rezas
Bara Agelú, Bará Agelú, Bara Agelu acheribó Bara Agelu acheribó oia nirê ôà Idem
Frentes
Pipocas com milho torrado claro, 07 balas de mel e mel por cima.
Agelú também come epô. 01 opeté com ou sem furo no meio com mel ou dendê.
Bará Ni Borokum ( Borokum Onicéu Mojê Elegbará)
É aquele que dá providência sobre as doenças, sobretudo, a psicológica, é a terra do formigueiro, diretamente das terras de Nupê, Empê, esse vodun é de origem Iorubana e não Cabinda.
Rezas
Lanã Abao Oni aloiê Lanã Abao Oni aloiê Lanã Abao queuá Aloiê Lanã Abao queuá Aloiê à Idem
Frentes
Milho torrado pintado escuro com 07 batatinhas assadas com um opeté de batatas e dendê com o furo no meio, podendo ainda, colocar-se pipoca e dendê A manga também pode ser utilizada.
Bará pode ser o mais benevolente dos Orixás se é tratado com consideração e generosidade.
O arquétipo de Bará
Os filhos de Bará possuem um caráter ambivalente, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros, ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas. As pessoas de Bará não têm paradeiro, gostam de viagens, de andar na rua, de passear, de jogos e bebidas.
Quase sempre estão envolvidas em intrigas e confusões. Guardam rancor com facilidade e não aceitam ser vencidas. Por isso para ter-se um amigo ou filho de Bará é preciso que se tenha muito jeito e compreensão ao tratar-se com ele.
Lendas
Conta a lenda que houve uma demanda entre Bará e Oxalá para que pudesse saber quem era o mais forte e respeitado, e foi aí que Oxalá provou a sua superioridade pois, durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Bará a qual continha o seu poder mágico transformando-o assim em seu servo.
Oxalá então permitiria que Bará a partir de então recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar.
A Importância de Bará é fundamental, uma vez que ele possui o privilégio de receber todas as oferendas e obrigações em primeiro lugar, nenhuma obrigação deve ser feita sem primeiro saudar a Bará.
É o dono de todas as encruzilhadas e caminhos, é o homem da rua, quem guarda a porta e o portão de nossas casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios, etc. Bará também nos confirma tudo no jogo de IFÁ (Búzios).
Lendas
Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam secos e a chuva não caia. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum Orixá invocado escutou suas queixas e gemidos.
Aluman decidiu, então, oferecer a Bará grandes pedaços de carne de bode. Bará comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Bará teve sede. Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha, e que tinham, em suas casas, os vizinhos, não foi suficiente para matar sua sede!
Bará foi á torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois, sem parar. Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:
Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes;
Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas!
Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca!
E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar! Aluman, reconhecido, ofereceu a Bará carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta. Havia chovido bastante. Mais, seria desastroso! Pois, em todas as coisas, o demais é inimigo do bom.
Barás que acompanham os orixás
Orixá Bará
Bará Lodê
Ogum Adague
Iansã Adague, Tiriri.
Xangô Tiriri
Odé Adague, Lanã.
Obá Lanã
Ossãnha Bô
Xapanã Burukum
Oxum Agelú
Iemanjá Agelú
Oxalá Agelú
Bará Olodê (Olodê Elegbá)
Rezas
Exu exu Olodê – Exu exu o Bará Lanã
Lanã exu – Bará
Adague exu – Bará
Exu Borokum – Bará
Ajiquireme voduma vodum cabin cabin ajiquirema vodum vodum cabin cabin
Ara dum léba ô – Inha
Ama dum léba ô – Inha
Exu Ala Ketu léba ô – Inha
Inha uá majeque – Inha uá majeque
Ibará Bô abobo Jô Bará e maconché, Bará Alajiki Abobo Jô Bará amadeco eco Ibará bô abobo Jô Jubara lé Balé Exu conché
Reza de Olodê para defesa da casa e, quando se pega filhos de outra casa
Fori fori fori bô Exu gire efori bô - Fori fori fori bô Exu gire efori bô
Frentes de Olodê
Geralmente, as frentes de Olodê acompanham as dos demais Barás, constando de milho torrado, 07 batatinhas inglesas assadas sem água e epô. Lembrando-se sempre que esse orixá é guloso, devendo colocar-se uma significativa quantidade de epô em suas frentes e em seu ecó, que é composto de água, 07 punhados de farinhas e epô.
Além do trivial, pode-se ainda fazer uma cozida de aipim como forma de agrado.
O aipim cozido também deve ser utilizado em Erissum, quando se despacha Olodê ou para se colocar no saco do Eru, juntamente com as demais frentes direcionadas aos Barás.
Quando de Erissum, ainda deve-se fazer para Olodê, embora já deva ter sido despachado, três opetés em forma de pirâmides, cobertos com farinha de mandioca crua.
As frutas marmelo e manga também servem de frente a esse orixá, a essa energia, pois as fibras da manga fortalecem o pedido daquilo que se busca.
Bará Adague (Adá Gué Elegbará)
É o orixá da casa (Ilê), aquele que guarda o recinto, atrás da porta, diante dela, é a energia constante que circunda o ambiente na entrada. Suas respostas são obtidas em encruzilhadas abertas e em estradas oblíquas. É uma representação egocêntrica do exigir sem propor uma solução e, ao mesmo tempo, solucionar sem explicar os termos.
Rezas
Eleu amacheri olebara exu abana dá eleu amacheri onibara exu abana dáà Idem
Eleuá demi cheche mirê à Ademi cheche ni bará
Exu já lanã ide à Exu já lãna fumaléo
Exu já lãna adague à Exu já lãna fumaléo
Exu lanã Exu Berim à Exu Berim exu berim lanã
Frentes de Adague
Milho torrado pintado escuro com 07 batatinhas assadas com um opeté de batatas e dendê com o furo no meio, podendo ainda, colocar-se pipoca e dendê A manga também pode ser utilizada.
Bará Lanã Bô (Bô Elegbará)
É o mensageiro de ligação entre as matas e os demais reinos. A força presente no amido e na casca do milho torrado nas matas. Representa a energia do pedido drástico, a fé cega e em excesso, mas também representa o emprego propriamente dito.
Rezas
Bará Bô anarauê a exu Lanã Oni Bará bô anarauê a exu lanã amade coni modi bará bô bará bô bará ueléfa exu lanã
Frentes
Milho torrado claro com pipocas e opeté sem furo no meio. Pipoca frita com azeite comum, forrado com folhas variadas, dando-se preferência ao Ibá (mamoneiro).
Bará Azê ( Aze Oni Elegbá – Aze Lebára)
É o Bará mais selvagem, mais pertinente, mais respeitado e, por isso, o menos citado. Deve-se ter atenção redobrada em seu culto, não acompanha nenhum orixá, embora, responda por todos. É a liberdade e a revolta contra a opressão social e doméstica.
Rezas
Oni Bará eléo Oni Bará eléo Oni Bará ueléfa epô à Idem
Azê ademi amodi Bará exu ajô a modi baim à Idem
Aze Ademi trabalhador de Bará exu com cajado trabalhador de Xangô
Que Zan Bará voduma exu quere quere que Zan Bará voduma exu quere quere.
Frentes
Milho torrado bem escuro com galo vermelho. Pipoca, as 07 batatinhas, 07 pedaços de carne crua com ar de pimenta. Entrega-se em baixo de uma árvore frondosa com velas brancas (sempre).
Bará Bi (Bi Elegbara) Bará Eléfa (Elexu ifá Elegbá)
Bará responsável pela forja, pela formação do caráter dual humano. É a energia do fogo nos compostos inflamáveis da Terra. É a representação cósmica das misturas e reações químicas, sendo também, a incerteza no caminho, as dúvidas que nos levam à reflexão correta ou errada de nossas certezas cristalizadas.
Rezas
Ae ae oni Bará ô ae ae Oni Bará ama celo Ogum ô ama celo Ogunjá ae ae oni Bará à Idem
Bará Tiriri Lanã (Tiriri Lanã Elegbá)
O único dos barás que não se aproxima de cemitérios, sendo, acompanhante de Xangô. Representa a austeridade humana, o sentimento de culpa inexistente, são aqueles que agem por impulso.
Rezas
Exu Tiriri Lanã Exu Tiriri Lanã Bára que Bára Exu Bára Exu Tiriri Lanã à Idem
Exu Tiriri Lanã Exu Tiriri Lanã Bará Força Exu Bará Exu Tiriri Lanã
Frentes
Milho torrado médio, com 07 balas de mel, manga, um pouco de epô e sete batatinhas.
Bará Odá (Odá my Elegbará)
É a intranqüilidade nos caminhos, os problemas possíveis que possam vir a aparecer, são as fendas naturais, as trilhas que chegam às penínsulas, acompanhante de Obá
Rezas
Bará run éco ge co lodá Bará run éco ge co lodá Bará run éco Bará Lodê Bará run éco ge co lodá i Bará Moreum
à Age co lodá
Bará do ecó abram-se Lodês Bará do ecó abram-se Lodês Bará do ecó Bará Lodê Bará do ecó abram-se Lodês Bará do cruzeiro de terra.
Frentes
Milho torrado pintado escuro com 07 batatinhas assadas com um opeté de batatas e dendê com o furo no meio, podendo ainda, colocar-se pipoca e dendê A manga também pode ser utilizada.
Bará Agelú (Agelú Elegbá)
É a areia da beira da praia e do fundo do mar, é a força escavada pela água, determinada a retornar ao ponto inicial, o final do ciclo da rocha, o mineral purificado , porém, também é a total dissolução de pensamentos.
Agelú é o único vodun Elegbá da família de gege.
Rezas
Bara Agelú, Bará Agelú, Bara Agelu acheribó Bara Agelu acheribó oia nirê ôà Idem
Frentes
Pipocas com milho torrado claro, 07 balas de mel e mel por cima.
Agelú também come epô. 01 opeté com ou sem furo no meio com mel ou dendê.
Bará Ni Borokum ( Borokum Onicéu Mojê Elegbará)
É aquele que dá providência sobre as doenças, sobretudo, a psicológica, é a terra do formigueiro, diretamente das terras de Nupê, Empê, esse vodun é de origem Iorubana e não Cabinda.
Rezas
Lanã Abao Oni aloiê Lanã Abao Oni aloiê Lanã Abao queuá Aloiê Lanã Abao queuá Aloiê à Idem
Frentes
Milho torrado pintado escuro com 07 batatinhas assadas com um opeté de batatas e dendê com o furo no meio, podendo ainda, colocar-se pipoca e dendê A manga também pode ser utilizada.
ODUS - Lndas, Números, Associações, Orixás, Análises de Ifá
As lendas, interações, relações foram estaudadas e analisadas durante muitos anos. As bases dessas informações são variadas: conhecimento oral, livros (O jogo de Búzios) Herdeiras do Axé (Reginaldo Prandi), entre muitas outras.
João Francisco da Costa
1. OKANRAN MEJI Ogbé Otubi Onican dudu
Regente: Exu
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU são inteligentes, versáteis e passionais, com enorme potencial para a magia. Seu temperamento explosivo faz com que raras vezes atuem com a razão. Têm sorte nos negócios. No amor, extremamente sedutoras, são muito inconstantes e mentem com facilidade. As mulheres têm como ponto vulnerável o útero.
Orumilá se recusa a atender o pedido do consulente; é necessário jogar de novo para saber se o vodun vem de bem ou de mal. Sacrifício de qualquer bicho, ficando ao critério do sacerdote.
Responde Exu
Personalidade: são criativos, persistentes e de excelente memória. Possuem forte intuição, são maus gostam de ficar sós, possuem aparência descuidada, são egoístas e medrosos.
Tendem ao egoísmo e ao individualismo..
Era um pobre peregrino que vivia migrando. Permanecia em diversos lugares, mas, depois de fazer as plantações, mandavam embora, ficando os donos das terras com tudo o que ele tinha feito.
Por conselho de alguém, esse homem foi um dia a casa de um oluô, que lhe indicou um ebó (oferenda). tendo tudo preparado, partiu o homem para a grande mata fronteiriça e, lá chegando deu início ao serviço. Mais tarde, ouvindo um barulho naquele lugar tão impenetrável, assustou-se. Era ogum, o dono dessa mata misteriosa. Chegando perto, ficou ogum espreitando o estranho, até que este, muito amedrontado, implorou misericórdia, perguntando a ogum se queria se servir de alguma coisa servida no ebó. Que falasse sem cerimônia, pois estava tudo a sua disposição. Ogum aceitou tudo o que havia ali e ficou satisfeito. . Perguntou, então, quem era tão perverso a ponto de mandar o peregrino para aquela paisagem impenetrável. O homem contou todos os percalços de sua vida.
Então, ogum, transfigurado, aterrorizante, bradou que ele pegasse o mariô e fosse marcar as casas dos seus amigos, pois ele, ogum, iria aquela cidade à noite destruir tudo o que lá se achasse. Iria arrasar todos os haveres lá existentes, até o solo. Dito e feito. Ogum acabou com tudo, exceto as casas e os lugares que tenha sido demarcados pelo homem com a colocação de mariô em cima das portas. Tudo o que havia de riqueza ali ogum deu para ele, tudo mesmo, conforme tinha prometido
2. EJIOKO MEJI Oyèkú Meji Meji
Regente: Ogum com influências dos Ibejis e de Obatalá.
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODU são intuitivas, joviais, sinceras e honestas. Revelam grande combatividade, mas não sabem conviver com derrota. Apesar de volúveis no amor, são muito ciumentas. Devem controlar obstinação e ter cuidado com a vesícula e com o fígado, seus pontos vulneráveis.
Falam os gêmeos Ibeji. Deve-se dar um pequeno sacrifício de um pombo assado, brinquedos, frutas e velas. Os filhos do consulente (caso os tenha) devem assistir.
Responde Obaluayê
Personalidade – são geniosos e exigentes. Impõem a sua vontade, por isso também adquirem muitos inimigos. São alegres e felizes, porém quando nada lhes sai a contento, tornam-se sofredores. Possuem muito bom coração. São corajosos, briguentos, possuem iniciativa própria, são ambiciosos.
Dizem as histórias que havia diversos príncipes que disputavam o poder. Também havia outros fidalgos oriundos de diversas cidades. Entre estes, havia tela-okô, que era desprovido de todos os meios de subsistência. E lá um dia, enquanto roçava, bem no lugar onde havia colocado o ebó que ele tinha feito conforme a maneira decretada, tela-okô bateu com a enxada num forno enorme, que se abriu, causando-lhe grande espanto. Chamou os companheiros que estavam mais afastados, dizendo que tinha afundado no buraco da riqueza. Mas, em seguida, tendo ele reconhecido ser deveras um verdadeiro tesouro da fortuna o que encontrara, mudou repentinamente, dizendo que o que tinha encontrado era apenas um buraco cheio de orobôs, e que estes eram tão alvos que pareciam tratar-se de moedas.Claro que através deste caminho de odú, entende-se que jamais devemos revelar de onde provem nossas riquezas e não o tanto o que temos, afim de evitar invejosos, perseguidores e ladrões.
3. ETAOGUNDÁ MEJI Yworí Ogundá Ogunda – massa
Regente: Obaluayê com influência de Ogum
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODU em geral vêem seus esforços recompensados. Costumam vencer na política e conseguem obter grandes lucros nos negócios, particularmente nas atividades agrícolas, mas podem sofrer desilusões no amor e traições dos amigos. Emocionalmente inconstantes, estão propensas a ter problemas espirituais e físicos, embora na maioria dos casos consigam se recuperar com facilidade de qualquer doença. Seus pontos vulneráveis são os rins, as pernas e os braços.
Esta saída indica que o vodun não está vendo bem e que alguma coisa de mal pode acontecer ao consulente. Deve dar um porco ou um galo à Ogum do Congo (Banto).
4. IROSSUN MEJI Odi Ejilá-bobo-malé Age-merilá-agé
Regente: Oxossi com influência de Xangô, Iemanjá, Iansã e Egun
Elemento: Terra.
Pessoas com esse ODU são generosas, sinceras, sensíveis, intuitivas e místicas. Têm grande habilidade manual e podem alcançar sucesso na área de vendas. Entre os aspectos negativos estão a tendência a sofrer traições amorosas e a propensão a acidentes. Muitas vezes são vítimas de calúnias e da perseguição dos seus inimigos. Também precisam cuidar da alimentação, pois seu ponto vulnerável é o estomago.
Xangô fala de novo, anunciando pobreza e desastre. Deve sar uma abóbora e outras comidas de santo, ficando a critério do sacerdote.
Responde Yemojá
Personalidade: as pessoas deste odú pecam e sofrem por não guardarem segredo, exceto quando lhes é conveniente são faladoras generosas e francas; orgulhosas e exaltadas. Gostam de ajudar o próximo, inclinam-se ao ocultismo e aos mistérios.
Em um certo tempo um homem que se achava em situação tão precária e em tal aperto, que não via de lado algum qualquer milagre que pudesse salvá-lo. Ele resolveu ir até a casa de um oluô fazer o ebó (oferenda) indicado. Feito tudo...lá se foi ele para um lugar reservado, acendeu o fogo, em seguida colocou as pimentas maduras no lume e pôs-se a receber fumaça nos olhos. Em um dado momento, ia passando um príncipe reinante e herdeiro do trono. Observando aquela cena de sofrimento espontâneo, admirou-se do tal sujeito, que, no dizer dele, estava procurando o meio mais curto possível para pôr termo à existência. O príncipe, condoído com aquilo, o fez chegar aos seus pés e indagou dele o que havia ou o que queria dizer aquilo. Sem demora, o homem historiou a razão daquele ato de castigar a si próprio. Tratava-se de compromissos inadiáveis, que ele não podia cumprir. Disse o príncipe que, tendo pena dele, não consentiria tal cena. Também sem hesitação, o príncipe mandou-lhe uma verdadeira fortuna, com o qual o homem poderia viver toda a sua vida, sem o menor vexame.
5. OXÊ MEJI Irosún Osè Oxé-turú
Regente: Oxum com influências de Iemanjá e Omulu
Elemento: Água
Pessoas com esse ODU têm mão de magia, força e proteção espirituais, religiosidade e uma inclinação especial para o misticismo e as ciências ocultas. São ótimos professores e se destacam em qualquer atividade que exija liderança, mas precisam aprender a controlar sua vaidade e seu egocentrismo. Outro aspecto negativo é a tendência a se vingar quando estão com raiva. Seus pontos vulneráveis são o aparelho digestivo e o sistema hormonal.
Oxum demonstra riqueza e prosperidade. Deve-se dar ebó de canjica ou de abobo ou sarapatel. Clareza nos negócios
Responde Oxum
Personalidade: as pessoas deste odú gostam de muito prazer; são pessoas bem influentes, charmosas, ambiciosas e perigosas, principalmente no amor. Só pensam em lucro, são precipitadas no agir; perdem grandes oportunidades por existirem inimigos ocultos que impedem as vitórias. Tem o dom da feitiçaria. São aplicados no trabalho. Sentimentais, amantes das descobertas e de experiências místicas e científica. São choronas e um pouco fanáticas.
Conta-se que um filho de orixalá que se chamava dinheiro, que se dizia ser tão poderoso que poderia dominar até mesmo a morte.Este fez uma oferenda indicada pelo babalaô e saiu maquinando como poderia trazer preza a morte, conforme prometera diante de todos. Deitou-se na encruzilhada e as pessoas que passavam na estrada deparavam com um homem espichado no meio do caminho. Diziam uns: -xi ! Está este homem esticado com a cabeça para a casa da morte, e os pés para a banda da moléstia e os lados do corpo para o lugar da desavença.
Ouvindo tais palavras dos transeuntes, levantou-se o homem e disse, então, com ironia:
-já sei tudo o que era preciso conhecer. Estou com os meus planos já feitos.
E lá de foi ele direto para a fazenda da morte. Chegando no local, começou a bater os tambores fúnebres de que a dona da casa (sra. Morte) fazia uso quando queria matar as pessoas indicadas para morrer. Ela tinha uma rede preparada e, quando a morte aproximou-se, apressada, a fim de saber quem estava tocando os seus tambores, o homem envolveu-se na rede e levou logo ao maioral orixalá. Dizendo-lhe estas palavras: Aqui está a morte que eu lhe prometi trazer em pessoa à vossa presença. Orixalá, então lhe disse essas palavras: -vai-te embora com a morte e tudo de melhor e de pior que possa haver no mundo, pois tu és o causador de tudo o que há de bem e de mal. Some-te daqui e a leva embora e, então, poderás possuir tudo e conquistar o universo inteiro.
6. OBARÁ MEJI Owonrín Be-ofum (Obiufan) Obará xeque
Regente: Xangô com influências de Exu, Iansã, Oxossi. Ossãe e Logunedê
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU têm grande proteção espiritual e costumam vencer pela força de vontade, especialmente em profissões relacionadas à Justiça. Mas são com freqüência vítimas de calúnias e não têm sorte no amor.
Devem aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por onde começá-los. Seu ponto vulnerável é o sistema linfático.
Aqui Orixalá pede uma cabra branca, galinha, pombo branco, arroz, velas, um metro de pano de algodão para livrar do mal. É sinal de doença grave e exige que o sacrifício seja feito.
Responde Xangô logunedê Oxóssi
Personalidade: pessoas com temperamento um tanto estourado, são de extrema sinceridade; são um pouco tagarelas com habito de contar tudo o que irá ser feito, evitando assim a concretização dos planos. Despertam antipatia e inveja das pessoas. São justas e tendem a possuir bens.
Dizem que no principio do mundo, 15 dos 16 odus seguiram todos à casa do oluô, a fim de procurar os meios que os fizessem mudar de sorte, mas nenhum deles fez o que foi determinado pelo oluô. Obará um dos dezesseis odus existentes,não se encontrava no grupo na ocasião em que os demais foram consultar o oluô. Sendo ele, porém, sabedor do ocorrido, apressou-se em fazer o que o oluô determinara. E que os demais odus não fizeram por simples capricho da sorte. Obará com afinco fez o máximo que pode para conseguir seu desejo, dada a sua condição precária (de pobreza). Como era de costume, os 15 odus de cinco em cinco dias iam à casa de Olofim, e nunca convidavam obará, por ser ele muito pobre, tanto que olhavam para ele sempre com menosprezo. Pois, então, foram a casa de olofim, jogaram e até altas horas do dia não acertaram o que queriam que olofim adivinhasse e, com isso, acabou que todos eles se retiraram sem ter sido satisfeita sua curiosidade. Olofim, com desprezo, ofereceu uma abóbora a cada um deles, e eles, para não serem indelicados levaram consigo as abóboras ofertadas. No caminho, porém, alguém se lembrou apontando para a casa de obará, de fazer ali uma parada, embora alguns fossem contra, dizendo que não adiantaria dar semelhante honra a obará, pois ele era um homem simples que nunca influía em nada. Mas um deles, mais liberal, atreveu-se a cumprimentar obara-meji com estas palavras: -- obará, bom dia ! Como vais de saúde? Será que hás de comer com estes companheiros de viajem? Imediatamente respondeu ele que entrassem e se servissem da comida que quisessem. Dito isso, foram entrando todos, eles que já vinham com muita fome, pois estavam desde a manhã sem comer nada na casa de olofim. A dona da casa foi ao mercado comprar carne para reforçar a comida que tinha em casa e, em poucas horas, todos almoçaram à vontade. Depois, obará convidou todos para que se deitassem para uma madorna, pois estavam todos cansados e o sol estava ardente. Mais tarde, eles se despediram do colega e lhe disseram: -fica com estas abóboras para ti ---e lá se foram satisfeitos com a gentileza e a delicadeza do colega pobre e, até então, sem valia. Mais tarde, quando obará procurou por comida, sua mulher o censurou por sua fraqueza e liberalidade, dizendo que ele tinha querido mostrar ter o que não tinha, agradando a eles que nunca olharam para ele, e nunca ligaram nem deram importância ao colega. Porém as palavras de obará eram simples e decisivas. -eu não faço mais do que ser delicado aos meus pares, estou cumprindo ordens e sei que fazendo estes obséquios, virá à nossa casa prosperidade istantânea. Finda explicação, obará pegou uma faca e cortou uma abóbora, surpreendendo-se com a quantidade de ouro e pedras preciosas que haviam dentro dela. Surpreso, e com muita felicidade, viu que em uma abóbora havia lhe dado o título de odú mais rico, porém logo percebeu que haviam mais outras 14 abóboras a serem abertas e em cada uma delas haviam outras riquezas em igual quantidade. Obará comprou tudo que precisava, palácio e até cavalos de várias cores. Daí que estava marcado o dia para todos os odús irem novamente à conferencia no palácio de olófim, como era de costume, já muito cedo, achavam-se todos no palácio, cada um no seu posto junto a olofim. Quando obará veio vindo de sua casa com uma multidão que o acompanhava, até mesmo os músicos de uma enorme charanga. Enfim, todos numa alegria sem par. De vez em quando, obará mudava de um cavalo para outro em sinal à nobreza. Os invejosos começaram a tremer e esbravejar, chamando a atenção de olofim que indagou o que era aquilo. Foi então que lhe informaram que era obará. Então perguntou olofim aos demais odús o que tinham feito com as abóboras que presenteara a eles. Responderam todos que haviam jogado no quintal de obará. Disse então olofim que a sorte estava destinada a ser do rico e próspero obará. O mais rico de todos os odús.
7. ODI MEJI Obará Osatiníko Odi-kankan
Regente: Obaluayê com influências de Exu, Oxalufã e Oxumaré
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODU são ambiciosas e costumam ser bem sucedidas na sua profissão, mas a indecisão as leva a não concluir muitos dos seus projetos. Quando a fé as impulsiona, porém, ultrapassam todas as barreiras. Sonham com o poder e adoram se divertir, às vezes, provocam enormes confusões. Não têm sorte no amor. Seus pontos vulneráveis são os rins, a coluna e as pernas.
É odu de falsidade e a pessoa está em perigo, ou talvez coisa feita. Deve-se jogar de novo para ver se o cliente é sincero. Dar galinha, pato, guiné e carneiro para Xangô.
Responde Exu e Omulu
Personalidade: são pessoas comunicativas e fácil amizade, são sempre traídos por amigos, são sentimentais, tem forte poder intuitivo e psíquico. Quando espiritualizadas atingem posição de destaque na vida. Fora isso levam a vida em duras penas, tendo dificuldade de conviver com os impulsos. São desconfiados e ciumentos, possuem sorte para o jogo. Gostam de adivinhar ...
Conta-se a história de um homem que era escravo e um dia se viu abraçado em um eminente perigo. Este homem foi amarrado por dele terem dito que cometera um crime. Segundo as leis daquela terra, botaram o homem num caixão grande todo pregado e deitaram a caixa rio abaixo. Por uma dessas coincidências que sempre acontecem no destino* das criaturas, a correnteza lançou o caixão na praia duma cidade cujo o rei estava morto e enterrado, e onde os súditos ainda estavam guardando luto. Acontece que ali haviam muitos príncipes com direito a sucessão imediata, mas sobre todos pesava alguma grave acusação, de forma que não se sabia como haviam de decidir o complicadíssimo problema da sucessão do rei morto, como nunca jamais acontecera na história do dito povo. Depois de muito cogitar do assunto, foi decidido que marcassem um prazo para surgisse uma pessoa estranha àquela nação que assumiria o governo e seria o rei daquela terra daí em diante. Dito e feito, esse homem, que tinha antes do cativeiro feito uma oferenda que o babalaô determinara, veio ele se esbarrar, dentro do caixão, na praia de ibim, onde o acolheram e imediatamente o elegeram rei daquele povo. Assim ficou ele sendo o venturoso rei de uma nação . Onde só o destino (odú) poderia dar tamanha sorte.
8. EJONILÊ MEJI Okaran Ajanilé Ojonilé
Regente: Oxaguiã com influências de Xangô, Oxum e Oxossi.
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODU são dedicadas e honestas e levam uma vida quase sem sofrimentos. Mas estão sujeitas a acidentes graves. Amam com intensidade e têm amizades sinceras. Quando são repudiadas ou sofrem uma traição, podem se tornar vingativas. Devem evitar o consumo de álcool e de carne vermelha e se vestir de branco nas sextas-feiras. Seu ponto vulnerável é o sistema nervoso central.
Isso é aviso de morte, porém, não se sabe se é para o consulente ou para outra pessoa. É necessário jogar novamente. De qualquer maneira o consulente deverá tomar três banhos em água de fonte, trocando roupas limpas, nesse dia comendo comidas leves, e não recebendo visitas e evitar quaisquer perturbações. Deve-se dar o arroz de Orixalá e ascender velas para o mesmo santo para se prevenir contra o mal.
Responde Oxossi e Ogum
Personalidade: são pessoas trabalhadoras, gostam de tudo rápido, exige anseio, limpeza; pessoas impulsivas; pessoas de espírito livre; enjoam de tudo facilmente; paixões violentas, são curiosos, adoram viajar.
Naquele tempo, mandaram todas as árvores fazerem oferendas a olorum (deus) mas nenhuma deu importância ao conselho. Somente a cajazeira fez a oferenda. Daí por diante, todas as árvores morreram sem delongas quando estavam deitadas, exceto a cajazeira, que mesmo deitada, caída ao chão, sempre grela e renasce.
9. OSSÁ MEJI Ogundá Eje-bará Axoo-ojá
Regente: Iemanjá com influências de Xangô, Ossaim, Oxossi e Iansã
Elemento: Água
Pessoas com esse ODU são líderes natas, mas seu autoritarismo lhes cria sérios problemas, inclusive conjugais. O instinto protetor e a religiosidade também as caracterizam. Seus pontos vulneráveis são os conflitos psicológicos e, no caso das mulheres, os problemas ginecológicos.
Yemojá e Xangô falam neste odu dizendo que há uma traição na casa ou na vida do cliente. É necessário fazer alguma limpeza no cliente, empresa ou em sua casa, isto tudo a critério do vodun consultado.
Responde Oyá Yemonjá Yá
Personalidade: são pessoas autoritárias, teimosas, brigonas; tendem a ter discórdias e rancores, possuem boas intuições e são voltados a grandes projetos de realização pessoal. São daquelas pessoas que só acreditam vendo, porém quando acreditam possuem forte tendência a lidar com o espiritual, são muito críticos metódicos e individualistas. Oxalá protege muito os seus filhos.
Conta-se que no princípio mandaram orumilá fazer uma oferenda citada, porém, ele não o fez. Orixalá, sim, fez tudo conforme havia sido determinado. Num certo dia, veio muita gente que fugia apavorada, mas o chefe e maioral do lugar, como deveria ser, recebeu todos e os salvou das perseguições e eles, em gratidão, entregaram-lhe tudo de valor que cada um trazia consigo, assim orixalá ficou muito próspero no devido tempo. Ou quando chegara sua vez de ter tal fortuna.
10. OFUN MEJI Osá Obiurussum Asatura
Regente: Oxalufã com influências de Xangô e Oxum
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODU são inteligentes, fiéis e honestas, capazes de dedicar atenção total ao seu amor. Têm amigos sinceros e elevada espiritualidade. Em contrapartida, mostram-se muito teimosas e tendem a sofrer perseguições e desilusões amorosas. Seus pontos vulneráveis são o estomago e a pressão arterial.
Fala Iansã. A pessoa para quem sai este odu está perseguida por um espírito de morto próximo da família. Fazer então uma limpeza para livrar do espírito.
Responde Osalá (todos)
Personalidade: são pessoas importantes com grandes sensos comunitários e de profundo saber prático, experientes, rancorosos,teimosos, vingativos, com senso de justiça muito imparcial, tendem obter sucesso após meia idade, são envelhecidos internamente, aparentam possuir muita calma e paciência. O sucesso material depende do sucesso espiritual.
Um dia foi marcado uma reunião entre todos os orixás, cada um tratou de realizar as oferendas especificas afim que tudo transcorresse muito bem, orixalá tratou logo de preparar a sua. Findando a feitura da oferenda, entregaram a orixalá panos brancos para ele fazer um vestuário e penas de papagaio da costa para ele colocar em sua cabeça. Assim feito tudo, chegou o dia da grande reunião em que todos os orixás se apresentaram. Orixalá apareceu de uma forma tão maravilhosa em suas vestes novas, como se fosse iluminado pelos raios do sol. Assim, todos foram se curvando diante de tamanho brilho da aurora nascente, juraram fidelidade e lhe deram tudo o que possuíam, com a palavra de o adorarem para sempre...
11. OWRYN MEJI Iká Owrìyn Orixá-bebe
Regente: Iansã com influências de Exu, Ossaim e Egum
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU têm imaginação fértil, boa saúde e vida longa, mas as más influências e a falta de fé as levam a enfrentar dificuldades materiais e a só alcançar o sucesso depois de grandes sacrifícios. São muito volúveis no amor. As mulheres geralmente fracassam no primeiro casamento, mas acabam encontrando a felicidade. Devem evitar a bebida e outros vícios. Seus pontos vulneráveis são a garganta, o sistema reprodutor e o aparelho digestivo.
Fala Bessém e Dan, avisando que o consulente pode estar mentindo ou procurando algo que não existe. Deve-se indicar médico (psiquiatra ou psicólogo). Uma galinha amarela ou branca ou pata para a cabeça do consulente, deve ser sacrificada a critério do sacerdote.
Responde Oya e Esu
Personalidade: são pessoas de certa forma 'perigosas", obstinados por sucesso, felizes quando buscam profissões liberais que atuam junto ao público. Possuem muita energia, disposição; estão em constante movimento, agito. São muito nervosos. Possuem sorte na vida, porém são extremamente vingativos e defendem-se atacando.
Em certo dia, uma mulher muito fiel aos orixás fora numa fonte lavar roupa levando consigo sua criancinha. Lá havia outra mulher invejosa que, vendo que ela estava distraída com a sua ocupação, tentou lançar a criancinha da outra numa bacia d'água. Mas outra mulher ainda, ouvindo o chorinho da criança, correu para ali e a tirou de dentro d"água, salvando-a do perigo, antes mesmo de sua mãe se der conta. Do horror que acontecia. Assim se vê o ponto onde uma pessoa má pode chegar... E também o quanto podemos contar com a ajuda e proteção através de oferendas específicas.
12. EJI-LAXEBARÁ Oturá Elije-oxebor (Adelá-oxeborá) Olokan-irè
Regente: Xangô com influências de Logunedê e Iemanjá
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU têm o dom de convencer os outros. Dotadas de grandes qualidades espirituais, são bondosas, justas e prestativas, embora às vezes se mostrem arrogantes. Apaixonam-se com facilidade e são muito ciumentas. Devem evitar bebida e podem ter problemas judiciais ou relacionados à perda de bens. Seu ponto vulnerável é a circulação sanguínea.
Xangô pede carneiro, galo, amalá. Negócios e injustiças são indicadas por este odu
Responde Xangô
Personalidade: são pessoas barulhentas, intrigantes, gostam de intrigas, orgulhosas, vaidosas ao extremo, prepotentes, autoritários, volúveis e sovinas. Gostam de manipular as pessoas e as situações. Possuem forte tendência a obter altas posições na sociedade, possuem tendências a vícios, difícil de se arrepender de suas atitudes, a vitória faz parte de sua vida, venha como vier. Porém também não estão livres do fracasso, pois assim como se sobe, também pode-se descer.
13. EJIOLIGIBAN MEJI Irètè Opeté-gundá (obeto-gundar) Etalá-metalá
Regente: Nanã com influência de Obaluaê
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODU aceitam com resignação os sofrimentos físicos, emocionais e espirituais, conscientes de que todas as situações da vida são transitórias. Além disso, sua profunda fé termina por lhes assegurar vitória. Não têm muita sorte no amor. Dotadas de mão de cura, se destacam nos serviços médicos e de assistência psicológica e nas terapias alternativas. Seus pontos vulneráveis são o baço e o pâncreas.
Obaluayê, Ogum e Nana devendo-se analisar o caso do consulente. A casa, a família. Deve-se fazer sacrifício ou ebós aos três.
Orixá Correspondente a este Odú Nana
Personalidade: são teimosos, rancorosos, humildes, impacientes, zelosos, dóceis, conservadores; possuem difícil trato, são bastante introspectivos. em geral são pessoas com temperamento e aparência de pessoas mais velhas. tem pavor da morte. aparentam possuir uma felicidade que na verdade inexiste
14. IKÁ MEJI Oturupón Obejokó Odan Merilá
Regente: Oxumaré com influências de Ossãe e Nanã
Elemento: Água
Belas e sensuais, as pessoas com esse ODU têm aparência juvenil e forte poder de sedução. Vivem paixões arrebatadoras mas passageiras e estão sempre em busca de novos amores. Possuem talento para a magia e enorme força espiritual, que se manifesta através do olhar. Enriquecem com facilidade e se destacam na vida profissional e social, mas são desconfiadas e propensas a ter conflitos psíquicos. Seu ponto vulnerável são as articulações que podem lhes causar problemas de locomoção.
Esta saída significa que o desejo do consulente será satisfeito, embora uma segunda jogada seja necessária para se ter certeza. Fala Oxalá e Ossaim. Deve dar galinhas, pombos, velas, mel de abelha e etc.
Orixá correspondente a este Odú Oxumaré Ossaim
Personalidade: Fazem boas amizades, são desconfiados, traiçoeiros, possuem muita sorte relacionado ao dinheiro; são muito ativas, estão sempre em movimento(Ação); são pessoas equilibradas, preocupam-se com o bem estar de outrem, possuem muita liderança e facilidade de aprendizado, portanto adoram aprender e a ler (Inteligentes e astutos).
15. OGBEOGUNDÁ MEJI Oxé Obeonone Ori-babá-bajá
Regente: Oba com influências de Eua
Elemento: Água
Pessoas com esse ODU são valorosas, combativas e imparciais, mas costumam sofrer desilusões amorosas, o que acentua sua agressividade e seu sentimento de rejeição. Têm saúde frágil: estão sujeitas a problemas nos olhos, ouvidos e pernas e a distúrbios do sistema neurovegetativo.
Um exu selvagem fala nessa saída (exu ozá). Deve-se dar logo, para aquietá-lo, um cabrito preto, ou fígado, coração e bofe de boi, cachaça, velas vermelhas e pretas e panos da mesma cor. É preciso jogar para saber onde fazer o despacho.
Orixá Correspondente a este Odu Oba, Ogum, Oxum
Personalidade: são pessoas com grandes dificuldades em relacionamentos amorosos, levam vida agitada, são batalhadoras; possuem personalidade forte e exigente. São muitas vezes incompreendidas e vingativas. Também são muito trabalhadoras e portanto são favorecidas nos negócios, (com pouco lucro, sucesso) mas com muita luta tendem a vencer.
16. ALÁFIA ONAN Ofun E-jobé ou Meri Delogun (abertos) Odu ou Egun (fechados)
Regente: Ifá
Elemento: Ar
As pessoas desse Odu são calmas, racionais e espiritualizadas, as pessoas com esse ODU têm domínio sobre suas paixões. São excelentes nas áreas de vendas e de artesanato, mas desistem facilmente dos seus projetos e perdem o interesse por aquilo que já conquistaram. Estão sujeitas a problemas cardiovasculares, psíquicos e de visão.
Não possui regência de vodun definida. Assim, não pode ser associado a nenhum vodun. São pessoas que alcançam triunfo em tudo, lucros, heranças, viagens, felicidade, boas propostas. Mas também sempre precisam de orientação espiritual, pois a aflição lhe é aparente.
Obs: Dando Este Odú Pela Soma Da Data De Seu Nascimento, Somente Poderá Ver Seu Orixá Através De Consulta A Ifá.
Um odú de ifá é formado pelo conjunto de duas colunas verticais e paralelas, de quatro índices cada uma; cada índice compõe-se de um traço vertical ou de dois traços verticais. Há dezesseis combinações possíveis para cada uma das colunas e cada uma delas tem um nome.
João Francisco da Costa
1. OKANRAN MEJI Ogbé Otubi Onican dudu
Regente: Exu
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU são inteligentes, versáteis e passionais, com enorme potencial para a magia. Seu temperamento explosivo faz com que raras vezes atuem com a razão. Têm sorte nos negócios. No amor, extremamente sedutoras, são muito inconstantes e mentem com facilidade. As mulheres têm como ponto vulnerável o útero.
Orumilá se recusa a atender o pedido do consulente; é necessário jogar de novo para saber se o vodun vem de bem ou de mal. Sacrifício de qualquer bicho, ficando ao critério do sacerdote.
Responde Exu
Personalidade: são criativos, persistentes e de excelente memória. Possuem forte intuição, são maus gostam de ficar sós, possuem aparência descuidada, são egoístas e medrosos.
Tendem ao egoísmo e ao individualismo..
Era um pobre peregrino que vivia migrando. Permanecia em diversos lugares, mas, depois de fazer as plantações, mandavam embora, ficando os donos das terras com tudo o que ele tinha feito.
Por conselho de alguém, esse homem foi um dia a casa de um oluô, que lhe indicou um ebó (oferenda). tendo tudo preparado, partiu o homem para a grande mata fronteiriça e, lá chegando deu início ao serviço. Mais tarde, ouvindo um barulho naquele lugar tão impenetrável, assustou-se. Era ogum, o dono dessa mata misteriosa. Chegando perto, ficou ogum espreitando o estranho, até que este, muito amedrontado, implorou misericórdia, perguntando a ogum se queria se servir de alguma coisa servida no ebó. Que falasse sem cerimônia, pois estava tudo a sua disposição. Ogum aceitou tudo o que havia ali e ficou satisfeito. . Perguntou, então, quem era tão perverso a ponto de mandar o peregrino para aquela paisagem impenetrável. O homem contou todos os percalços de sua vida.
Então, ogum, transfigurado, aterrorizante, bradou que ele pegasse o mariô e fosse marcar as casas dos seus amigos, pois ele, ogum, iria aquela cidade à noite destruir tudo o que lá se achasse. Iria arrasar todos os haveres lá existentes, até o solo. Dito e feito. Ogum acabou com tudo, exceto as casas e os lugares que tenha sido demarcados pelo homem com a colocação de mariô em cima das portas. Tudo o que havia de riqueza ali ogum deu para ele, tudo mesmo, conforme tinha prometido
2. EJIOKO MEJI Oyèkú Meji Meji
Regente: Ogum com influências dos Ibejis e de Obatalá.
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODU são intuitivas, joviais, sinceras e honestas. Revelam grande combatividade, mas não sabem conviver com derrota. Apesar de volúveis no amor, são muito ciumentas. Devem controlar obstinação e ter cuidado com a vesícula e com o fígado, seus pontos vulneráveis.
Falam os gêmeos Ibeji. Deve-se dar um pequeno sacrifício de um pombo assado, brinquedos, frutas e velas. Os filhos do consulente (caso os tenha) devem assistir.
Responde Obaluayê
Personalidade – são geniosos e exigentes. Impõem a sua vontade, por isso também adquirem muitos inimigos. São alegres e felizes, porém quando nada lhes sai a contento, tornam-se sofredores. Possuem muito bom coração. São corajosos, briguentos, possuem iniciativa própria, são ambiciosos.
Dizem as histórias que havia diversos príncipes que disputavam o poder. Também havia outros fidalgos oriundos de diversas cidades. Entre estes, havia tela-okô, que era desprovido de todos os meios de subsistência. E lá um dia, enquanto roçava, bem no lugar onde havia colocado o ebó que ele tinha feito conforme a maneira decretada, tela-okô bateu com a enxada num forno enorme, que se abriu, causando-lhe grande espanto. Chamou os companheiros que estavam mais afastados, dizendo que tinha afundado no buraco da riqueza. Mas, em seguida, tendo ele reconhecido ser deveras um verdadeiro tesouro da fortuna o que encontrara, mudou repentinamente, dizendo que o que tinha encontrado era apenas um buraco cheio de orobôs, e que estes eram tão alvos que pareciam tratar-se de moedas.Claro que através deste caminho de odú, entende-se que jamais devemos revelar de onde provem nossas riquezas e não o tanto o que temos, afim de evitar invejosos, perseguidores e ladrões.
3. ETAOGUNDÁ MEJI Yworí Ogundá Ogunda – massa
Regente: Obaluayê com influência de Ogum
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODU em geral vêem seus esforços recompensados. Costumam vencer na política e conseguem obter grandes lucros nos negócios, particularmente nas atividades agrícolas, mas podem sofrer desilusões no amor e traições dos amigos. Emocionalmente inconstantes, estão propensas a ter problemas espirituais e físicos, embora na maioria dos casos consigam se recuperar com facilidade de qualquer doença. Seus pontos vulneráveis são os rins, as pernas e os braços.
Esta saída indica que o vodun não está vendo bem e que alguma coisa de mal pode acontecer ao consulente. Deve dar um porco ou um galo à Ogum do Congo (Banto).
4. IROSSUN MEJI Odi Ejilá-bobo-malé Age-merilá-agé
Regente: Oxossi com influência de Xangô, Iemanjá, Iansã e Egun
Elemento: Terra.
Pessoas com esse ODU são generosas, sinceras, sensíveis, intuitivas e místicas. Têm grande habilidade manual e podem alcançar sucesso na área de vendas. Entre os aspectos negativos estão a tendência a sofrer traições amorosas e a propensão a acidentes. Muitas vezes são vítimas de calúnias e da perseguição dos seus inimigos. Também precisam cuidar da alimentação, pois seu ponto vulnerável é o estomago.
Xangô fala de novo, anunciando pobreza e desastre. Deve sar uma abóbora e outras comidas de santo, ficando a critério do sacerdote.
Responde Yemojá
Personalidade: as pessoas deste odú pecam e sofrem por não guardarem segredo, exceto quando lhes é conveniente são faladoras generosas e francas; orgulhosas e exaltadas. Gostam de ajudar o próximo, inclinam-se ao ocultismo e aos mistérios.
Em um certo tempo um homem que se achava em situação tão precária e em tal aperto, que não via de lado algum qualquer milagre que pudesse salvá-lo. Ele resolveu ir até a casa de um oluô fazer o ebó (oferenda) indicado. Feito tudo...lá se foi ele para um lugar reservado, acendeu o fogo, em seguida colocou as pimentas maduras no lume e pôs-se a receber fumaça nos olhos. Em um dado momento, ia passando um príncipe reinante e herdeiro do trono. Observando aquela cena de sofrimento espontâneo, admirou-se do tal sujeito, que, no dizer dele, estava procurando o meio mais curto possível para pôr termo à existência. O príncipe, condoído com aquilo, o fez chegar aos seus pés e indagou dele o que havia ou o que queria dizer aquilo. Sem demora, o homem historiou a razão daquele ato de castigar a si próprio. Tratava-se de compromissos inadiáveis, que ele não podia cumprir. Disse o príncipe que, tendo pena dele, não consentiria tal cena. Também sem hesitação, o príncipe mandou-lhe uma verdadeira fortuna, com o qual o homem poderia viver toda a sua vida, sem o menor vexame.
5. OXÊ MEJI Irosún Osè Oxé-turú
Regente: Oxum com influências de Iemanjá e Omulu
Elemento: Água
Pessoas com esse ODU têm mão de magia, força e proteção espirituais, religiosidade e uma inclinação especial para o misticismo e as ciências ocultas. São ótimos professores e se destacam em qualquer atividade que exija liderança, mas precisam aprender a controlar sua vaidade e seu egocentrismo. Outro aspecto negativo é a tendência a se vingar quando estão com raiva. Seus pontos vulneráveis são o aparelho digestivo e o sistema hormonal.
Oxum demonstra riqueza e prosperidade. Deve-se dar ebó de canjica ou de abobo ou sarapatel. Clareza nos negócios
Responde Oxum
Personalidade: as pessoas deste odú gostam de muito prazer; são pessoas bem influentes, charmosas, ambiciosas e perigosas, principalmente no amor. Só pensam em lucro, são precipitadas no agir; perdem grandes oportunidades por existirem inimigos ocultos que impedem as vitórias. Tem o dom da feitiçaria. São aplicados no trabalho. Sentimentais, amantes das descobertas e de experiências místicas e científica. São choronas e um pouco fanáticas.
Conta-se que um filho de orixalá que se chamava dinheiro, que se dizia ser tão poderoso que poderia dominar até mesmo a morte.Este fez uma oferenda indicada pelo babalaô e saiu maquinando como poderia trazer preza a morte, conforme prometera diante de todos. Deitou-se na encruzilhada e as pessoas que passavam na estrada deparavam com um homem espichado no meio do caminho. Diziam uns: -xi ! Está este homem esticado com a cabeça para a casa da morte, e os pés para a banda da moléstia e os lados do corpo para o lugar da desavença.
Ouvindo tais palavras dos transeuntes, levantou-se o homem e disse, então, com ironia:
-já sei tudo o que era preciso conhecer. Estou com os meus planos já feitos.
E lá de foi ele direto para a fazenda da morte. Chegando no local, começou a bater os tambores fúnebres de que a dona da casa (sra. Morte) fazia uso quando queria matar as pessoas indicadas para morrer. Ela tinha uma rede preparada e, quando a morte aproximou-se, apressada, a fim de saber quem estava tocando os seus tambores, o homem envolveu-se na rede e levou logo ao maioral orixalá. Dizendo-lhe estas palavras: Aqui está a morte que eu lhe prometi trazer em pessoa à vossa presença. Orixalá, então lhe disse essas palavras: -vai-te embora com a morte e tudo de melhor e de pior que possa haver no mundo, pois tu és o causador de tudo o que há de bem e de mal. Some-te daqui e a leva embora e, então, poderás possuir tudo e conquistar o universo inteiro.
6. OBARÁ MEJI Owonrín Be-ofum (Obiufan) Obará xeque
Regente: Xangô com influências de Exu, Iansã, Oxossi. Ossãe e Logunedê
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU têm grande proteção espiritual e costumam vencer pela força de vontade, especialmente em profissões relacionadas à Justiça. Mas são com freqüência vítimas de calúnias e não têm sorte no amor.
Devem aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por onde começá-los. Seu ponto vulnerável é o sistema linfático.
Aqui Orixalá pede uma cabra branca, galinha, pombo branco, arroz, velas, um metro de pano de algodão para livrar do mal. É sinal de doença grave e exige que o sacrifício seja feito.
Responde Xangô logunedê Oxóssi
Personalidade: pessoas com temperamento um tanto estourado, são de extrema sinceridade; são um pouco tagarelas com habito de contar tudo o que irá ser feito, evitando assim a concretização dos planos. Despertam antipatia e inveja das pessoas. São justas e tendem a possuir bens.
Dizem que no principio do mundo, 15 dos 16 odus seguiram todos à casa do oluô, a fim de procurar os meios que os fizessem mudar de sorte, mas nenhum deles fez o que foi determinado pelo oluô. Obará um dos dezesseis odus existentes,não se encontrava no grupo na ocasião em que os demais foram consultar o oluô. Sendo ele, porém, sabedor do ocorrido, apressou-se em fazer o que o oluô determinara. E que os demais odus não fizeram por simples capricho da sorte. Obará com afinco fez o máximo que pode para conseguir seu desejo, dada a sua condição precária (de pobreza). Como era de costume, os 15 odus de cinco em cinco dias iam à casa de Olofim, e nunca convidavam obará, por ser ele muito pobre, tanto que olhavam para ele sempre com menosprezo. Pois, então, foram a casa de olofim, jogaram e até altas horas do dia não acertaram o que queriam que olofim adivinhasse e, com isso, acabou que todos eles se retiraram sem ter sido satisfeita sua curiosidade. Olofim, com desprezo, ofereceu uma abóbora a cada um deles, e eles, para não serem indelicados levaram consigo as abóboras ofertadas. No caminho, porém, alguém se lembrou apontando para a casa de obará, de fazer ali uma parada, embora alguns fossem contra, dizendo que não adiantaria dar semelhante honra a obará, pois ele era um homem simples que nunca influía em nada. Mas um deles, mais liberal, atreveu-se a cumprimentar obara-meji com estas palavras: -- obará, bom dia ! Como vais de saúde? Será que hás de comer com estes companheiros de viajem? Imediatamente respondeu ele que entrassem e se servissem da comida que quisessem. Dito isso, foram entrando todos, eles que já vinham com muita fome, pois estavam desde a manhã sem comer nada na casa de olofim. A dona da casa foi ao mercado comprar carne para reforçar a comida que tinha em casa e, em poucas horas, todos almoçaram à vontade. Depois, obará convidou todos para que se deitassem para uma madorna, pois estavam todos cansados e o sol estava ardente. Mais tarde, eles se despediram do colega e lhe disseram: -fica com estas abóboras para ti ---e lá se foram satisfeitos com a gentileza e a delicadeza do colega pobre e, até então, sem valia. Mais tarde, quando obará procurou por comida, sua mulher o censurou por sua fraqueza e liberalidade, dizendo que ele tinha querido mostrar ter o que não tinha, agradando a eles que nunca olharam para ele, e nunca ligaram nem deram importância ao colega. Porém as palavras de obará eram simples e decisivas. -eu não faço mais do que ser delicado aos meus pares, estou cumprindo ordens e sei que fazendo estes obséquios, virá à nossa casa prosperidade istantânea. Finda explicação, obará pegou uma faca e cortou uma abóbora, surpreendendo-se com a quantidade de ouro e pedras preciosas que haviam dentro dela. Surpreso, e com muita felicidade, viu que em uma abóbora havia lhe dado o título de odú mais rico, porém logo percebeu que haviam mais outras 14 abóboras a serem abertas e em cada uma delas haviam outras riquezas em igual quantidade. Obará comprou tudo que precisava, palácio e até cavalos de várias cores. Daí que estava marcado o dia para todos os odús irem novamente à conferencia no palácio de olófim, como era de costume, já muito cedo, achavam-se todos no palácio, cada um no seu posto junto a olofim. Quando obará veio vindo de sua casa com uma multidão que o acompanhava, até mesmo os músicos de uma enorme charanga. Enfim, todos numa alegria sem par. De vez em quando, obará mudava de um cavalo para outro em sinal à nobreza. Os invejosos começaram a tremer e esbravejar, chamando a atenção de olofim que indagou o que era aquilo. Foi então que lhe informaram que era obará. Então perguntou olofim aos demais odús o que tinham feito com as abóboras que presenteara a eles. Responderam todos que haviam jogado no quintal de obará. Disse então olofim que a sorte estava destinada a ser do rico e próspero obará. O mais rico de todos os odús.
7. ODI MEJI Obará Osatiníko Odi-kankan
Regente: Obaluayê com influências de Exu, Oxalufã e Oxumaré
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODU são ambiciosas e costumam ser bem sucedidas na sua profissão, mas a indecisão as leva a não concluir muitos dos seus projetos. Quando a fé as impulsiona, porém, ultrapassam todas as barreiras. Sonham com o poder e adoram se divertir, às vezes, provocam enormes confusões. Não têm sorte no amor. Seus pontos vulneráveis são os rins, a coluna e as pernas.
É odu de falsidade e a pessoa está em perigo, ou talvez coisa feita. Deve-se jogar de novo para ver se o cliente é sincero. Dar galinha, pato, guiné e carneiro para Xangô.
Responde Exu e Omulu
Personalidade: são pessoas comunicativas e fácil amizade, são sempre traídos por amigos, são sentimentais, tem forte poder intuitivo e psíquico. Quando espiritualizadas atingem posição de destaque na vida. Fora isso levam a vida em duras penas, tendo dificuldade de conviver com os impulsos. São desconfiados e ciumentos, possuem sorte para o jogo. Gostam de adivinhar ...
Conta-se a história de um homem que era escravo e um dia se viu abraçado em um eminente perigo. Este homem foi amarrado por dele terem dito que cometera um crime. Segundo as leis daquela terra, botaram o homem num caixão grande todo pregado e deitaram a caixa rio abaixo. Por uma dessas coincidências que sempre acontecem no destino* das criaturas, a correnteza lançou o caixão na praia duma cidade cujo o rei estava morto e enterrado, e onde os súditos ainda estavam guardando luto. Acontece que ali haviam muitos príncipes com direito a sucessão imediata, mas sobre todos pesava alguma grave acusação, de forma que não se sabia como haviam de decidir o complicadíssimo problema da sucessão do rei morto, como nunca jamais acontecera na história do dito povo. Depois de muito cogitar do assunto, foi decidido que marcassem um prazo para surgisse uma pessoa estranha àquela nação que assumiria o governo e seria o rei daquela terra daí em diante. Dito e feito, esse homem, que tinha antes do cativeiro feito uma oferenda que o babalaô determinara, veio ele se esbarrar, dentro do caixão, na praia de ibim, onde o acolheram e imediatamente o elegeram rei daquele povo. Assim ficou ele sendo o venturoso rei de uma nação . Onde só o destino (odú) poderia dar tamanha sorte.
8. EJONILÊ MEJI Okaran Ajanilé Ojonilé
Regente: Oxaguiã com influências de Xangô, Oxum e Oxossi.
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODU são dedicadas e honestas e levam uma vida quase sem sofrimentos. Mas estão sujeitas a acidentes graves. Amam com intensidade e têm amizades sinceras. Quando são repudiadas ou sofrem uma traição, podem se tornar vingativas. Devem evitar o consumo de álcool e de carne vermelha e se vestir de branco nas sextas-feiras. Seu ponto vulnerável é o sistema nervoso central.
Isso é aviso de morte, porém, não se sabe se é para o consulente ou para outra pessoa. É necessário jogar novamente. De qualquer maneira o consulente deverá tomar três banhos em água de fonte, trocando roupas limpas, nesse dia comendo comidas leves, e não recebendo visitas e evitar quaisquer perturbações. Deve-se dar o arroz de Orixalá e ascender velas para o mesmo santo para se prevenir contra o mal.
Responde Oxossi e Ogum
Personalidade: são pessoas trabalhadoras, gostam de tudo rápido, exige anseio, limpeza; pessoas impulsivas; pessoas de espírito livre; enjoam de tudo facilmente; paixões violentas, são curiosos, adoram viajar.
Naquele tempo, mandaram todas as árvores fazerem oferendas a olorum (deus) mas nenhuma deu importância ao conselho. Somente a cajazeira fez a oferenda. Daí por diante, todas as árvores morreram sem delongas quando estavam deitadas, exceto a cajazeira, que mesmo deitada, caída ao chão, sempre grela e renasce.
9. OSSÁ MEJI Ogundá Eje-bará Axoo-ojá
Regente: Iemanjá com influências de Xangô, Ossaim, Oxossi e Iansã
Elemento: Água
Pessoas com esse ODU são líderes natas, mas seu autoritarismo lhes cria sérios problemas, inclusive conjugais. O instinto protetor e a religiosidade também as caracterizam. Seus pontos vulneráveis são os conflitos psicológicos e, no caso das mulheres, os problemas ginecológicos.
Yemojá e Xangô falam neste odu dizendo que há uma traição na casa ou na vida do cliente. É necessário fazer alguma limpeza no cliente, empresa ou em sua casa, isto tudo a critério do vodun consultado.
Responde Oyá Yemonjá Yá
Personalidade: são pessoas autoritárias, teimosas, brigonas; tendem a ter discórdias e rancores, possuem boas intuições e são voltados a grandes projetos de realização pessoal. São daquelas pessoas que só acreditam vendo, porém quando acreditam possuem forte tendência a lidar com o espiritual, são muito críticos metódicos e individualistas. Oxalá protege muito os seus filhos.
Conta-se que no princípio mandaram orumilá fazer uma oferenda citada, porém, ele não o fez. Orixalá, sim, fez tudo conforme havia sido determinado. Num certo dia, veio muita gente que fugia apavorada, mas o chefe e maioral do lugar, como deveria ser, recebeu todos e os salvou das perseguições e eles, em gratidão, entregaram-lhe tudo de valor que cada um trazia consigo, assim orixalá ficou muito próspero no devido tempo. Ou quando chegara sua vez de ter tal fortuna.
10. OFUN MEJI Osá Obiurussum Asatura
Regente: Oxalufã com influências de Xangô e Oxum
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODU são inteligentes, fiéis e honestas, capazes de dedicar atenção total ao seu amor. Têm amigos sinceros e elevada espiritualidade. Em contrapartida, mostram-se muito teimosas e tendem a sofrer perseguições e desilusões amorosas. Seus pontos vulneráveis são o estomago e a pressão arterial.
Fala Iansã. A pessoa para quem sai este odu está perseguida por um espírito de morto próximo da família. Fazer então uma limpeza para livrar do espírito.
Responde Osalá (todos)
Personalidade: são pessoas importantes com grandes sensos comunitários e de profundo saber prático, experientes, rancorosos,teimosos, vingativos, com senso de justiça muito imparcial, tendem obter sucesso após meia idade, são envelhecidos internamente, aparentam possuir muita calma e paciência. O sucesso material depende do sucesso espiritual.
Um dia foi marcado uma reunião entre todos os orixás, cada um tratou de realizar as oferendas especificas afim que tudo transcorresse muito bem, orixalá tratou logo de preparar a sua. Findando a feitura da oferenda, entregaram a orixalá panos brancos para ele fazer um vestuário e penas de papagaio da costa para ele colocar em sua cabeça. Assim feito tudo, chegou o dia da grande reunião em que todos os orixás se apresentaram. Orixalá apareceu de uma forma tão maravilhosa em suas vestes novas, como se fosse iluminado pelos raios do sol. Assim, todos foram se curvando diante de tamanho brilho da aurora nascente, juraram fidelidade e lhe deram tudo o que possuíam, com a palavra de o adorarem para sempre...
11. OWRYN MEJI Iká Owrìyn Orixá-bebe
Regente: Iansã com influências de Exu, Ossaim e Egum
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU têm imaginação fértil, boa saúde e vida longa, mas as más influências e a falta de fé as levam a enfrentar dificuldades materiais e a só alcançar o sucesso depois de grandes sacrifícios. São muito volúveis no amor. As mulheres geralmente fracassam no primeiro casamento, mas acabam encontrando a felicidade. Devem evitar a bebida e outros vícios. Seus pontos vulneráveis são a garganta, o sistema reprodutor e o aparelho digestivo.
Fala Bessém e Dan, avisando que o consulente pode estar mentindo ou procurando algo que não existe. Deve-se indicar médico (psiquiatra ou psicólogo). Uma galinha amarela ou branca ou pata para a cabeça do consulente, deve ser sacrificada a critério do sacerdote.
Responde Oya e Esu
Personalidade: são pessoas de certa forma 'perigosas", obstinados por sucesso, felizes quando buscam profissões liberais que atuam junto ao público. Possuem muita energia, disposição; estão em constante movimento, agito. São muito nervosos. Possuem sorte na vida, porém são extremamente vingativos e defendem-se atacando.
Em certo dia, uma mulher muito fiel aos orixás fora numa fonte lavar roupa levando consigo sua criancinha. Lá havia outra mulher invejosa que, vendo que ela estava distraída com a sua ocupação, tentou lançar a criancinha da outra numa bacia d'água. Mas outra mulher ainda, ouvindo o chorinho da criança, correu para ali e a tirou de dentro d"água, salvando-a do perigo, antes mesmo de sua mãe se der conta. Do horror que acontecia. Assim se vê o ponto onde uma pessoa má pode chegar... E também o quanto podemos contar com a ajuda e proteção através de oferendas específicas.
12. EJI-LAXEBARÁ Oturá Elije-oxebor (Adelá-oxeborá) Olokan-irè
Regente: Xangô com influências de Logunedê e Iemanjá
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU têm o dom de convencer os outros. Dotadas de grandes qualidades espirituais, são bondosas, justas e prestativas, embora às vezes se mostrem arrogantes. Apaixonam-se com facilidade e são muito ciumentas. Devem evitar bebida e podem ter problemas judiciais ou relacionados à perda de bens. Seu ponto vulnerável é a circulação sanguínea.
Xangô pede carneiro, galo, amalá. Negócios e injustiças são indicadas por este odu
Responde Xangô
Personalidade: são pessoas barulhentas, intrigantes, gostam de intrigas, orgulhosas, vaidosas ao extremo, prepotentes, autoritários, volúveis e sovinas. Gostam de manipular as pessoas e as situações. Possuem forte tendência a obter altas posições na sociedade, possuem tendências a vícios, difícil de se arrepender de suas atitudes, a vitória faz parte de sua vida, venha como vier. Porém também não estão livres do fracasso, pois assim como se sobe, também pode-se descer.
13. EJIOLIGIBAN MEJI Irètè Opeté-gundá (obeto-gundar) Etalá-metalá
Regente: Nanã com influência de Obaluaê
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODU aceitam com resignação os sofrimentos físicos, emocionais e espirituais, conscientes de que todas as situações da vida são transitórias. Além disso, sua profunda fé termina por lhes assegurar vitória. Não têm muita sorte no amor. Dotadas de mão de cura, se destacam nos serviços médicos e de assistência psicológica e nas terapias alternativas. Seus pontos vulneráveis são o baço e o pâncreas.
Obaluayê, Ogum e Nana devendo-se analisar o caso do consulente. A casa, a família. Deve-se fazer sacrifício ou ebós aos três.
Orixá Correspondente a este Odú Nana
Personalidade: são teimosos, rancorosos, humildes, impacientes, zelosos, dóceis, conservadores; possuem difícil trato, são bastante introspectivos. em geral são pessoas com temperamento e aparência de pessoas mais velhas. tem pavor da morte. aparentam possuir uma felicidade que na verdade inexiste
14. IKÁ MEJI Oturupón Obejokó Odan Merilá
Regente: Oxumaré com influências de Ossãe e Nanã
Elemento: Água
Belas e sensuais, as pessoas com esse ODU têm aparência juvenil e forte poder de sedução. Vivem paixões arrebatadoras mas passageiras e estão sempre em busca de novos amores. Possuem talento para a magia e enorme força espiritual, que se manifesta através do olhar. Enriquecem com facilidade e se destacam na vida profissional e social, mas são desconfiadas e propensas a ter conflitos psíquicos. Seu ponto vulnerável são as articulações que podem lhes causar problemas de locomoção.
Esta saída significa que o desejo do consulente será satisfeito, embora uma segunda jogada seja necessária para se ter certeza. Fala Oxalá e Ossaim. Deve dar galinhas, pombos, velas, mel de abelha e etc.
Orixá correspondente a este Odú Oxumaré Ossaim
Personalidade: Fazem boas amizades, são desconfiados, traiçoeiros, possuem muita sorte relacionado ao dinheiro; são muito ativas, estão sempre em movimento(Ação); são pessoas equilibradas, preocupam-se com o bem estar de outrem, possuem muita liderança e facilidade de aprendizado, portanto adoram aprender e a ler (Inteligentes e astutos).
15. OGBEOGUNDÁ MEJI Oxé Obeonone Ori-babá-bajá
Regente: Oba com influências de Eua
Elemento: Água
Pessoas com esse ODU são valorosas, combativas e imparciais, mas costumam sofrer desilusões amorosas, o que acentua sua agressividade e seu sentimento de rejeição. Têm saúde frágil: estão sujeitas a problemas nos olhos, ouvidos e pernas e a distúrbios do sistema neurovegetativo.
Um exu selvagem fala nessa saída (exu ozá). Deve-se dar logo, para aquietá-lo, um cabrito preto, ou fígado, coração e bofe de boi, cachaça, velas vermelhas e pretas e panos da mesma cor. É preciso jogar para saber onde fazer o despacho.
Orixá Correspondente a este Odu Oba, Ogum, Oxum
Personalidade: são pessoas com grandes dificuldades em relacionamentos amorosos, levam vida agitada, são batalhadoras; possuem personalidade forte e exigente. São muitas vezes incompreendidas e vingativas. Também são muito trabalhadoras e portanto são favorecidas nos negócios, (com pouco lucro, sucesso) mas com muita luta tendem a vencer.
16. ALÁFIA ONAN Ofun E-jobé ou Meri Delogun (abertos) Odu ou Egun (fechados)
Regente: Ifá
Elemento: Ar
As pessoas desse Odu são calmas, racionais e espiritualizadas, as pessoas com esse ODU têm domínio sobre suas paixões. São excelentes nas áreas de vendas e de artesanato, mas desistem facilmente dos seus projetos e perdem o interesse por aquilo que já conquistaram. Estão sujeitas a problemas cardiovasculares, psíquicos e de visão.
Não possui regência de vodun definida. Assim, não pode ser associado a nenhum vodun. São pessoas que alcançam triunfo em tudo, lucros, heranças, viagens, felicidade, boas propostas. Mas também sempre precisam de orientação espiritual, pois a aflição lhe é aparente.
Obs: Dando Este Odú Pela Soma Da Data De Seu Nascimento, Somente Poderá Ver Seu Orixá Através De Consulta A Ifá.
Um odú de ifá é formado pelo conjunto de duas colunas verticais e paralelas, de quatro índices cada uma; cada índice compõe-se de um traço vertical ou de dois traços verticais. Há dezesseis combinações possíveis para cada uma das colunas e cada uma delas tem um nome.
OYÊS - Mitos de Odu (Início)
As lendas e contos descritas nos textos abaixo, foram adquiridas por mim, através de muitos anos de estudo a cerca do tema, assim como, de reflexões sobre os processos interativos da natureza, que nada mais são que os Orixás ou Voduns, Eborás, e demais elementos que habitam o AYÊ (Terra). Além disto esse blog também se baseia nas Literaturas de Reginaldo Prandi, Paul Claval, Zany Rosendhal, Souza Carneiro, Mario Maestri e muitos outros autros que auxiliaram-me a construir meus conhecimentos ao longo de minha existência.
João Francisco da Costa
Os quatro principais mitos de Oyê servem para que possamos ter uma maior interpretação sobre a religiosidade e as pessoas com as quais vivemos na Terra, sendo importante que pelo menos os conheçamos.
Ojonilé (Ejonilé)
Era uma moça muito bonita que morava num palácio. Tinha também uma moça, porém, muito pobrezinha, que veio com sua velha mãe pedir proteção a rica, para fazer sua choupana ali, encostada no muro do palácio. Mas ela era Omorixá (voltada ao culto dos orixás); no fundo do quintal tinha um rio e na beira desse rio um pé de Orobó, que servia para tirar e fazer obrigação. De manhã ela ia para a beira do rio, tirava uma cuia de orobó e botava no pé do santo. No dia seguinte comia com a mãe. A moça do palácio nem mandava os restos de sua cozinha para elas. Não tinham homens dentro da casa, (para prover sua manutenção), mas iam passando. “A rica ficou um dia à janela para ver como elas viviam, se lhe pedir nada. Viu a moça varrer o terreiro, limpar a choupana, lavar roupa e sair para o rio, viu ela voltar com os orobos. Foi lá no fundo do quintal, trepou no muro e viu o pé de orobó, então a dona do palácio disse que ia acabar com aquilo. Mandou chamar a pobre em seu castelo: “Como é que você vive?” Não tem marido, o que faz? Aí a moça disse: eu sou omorixá. Ela perguntou: “Adora seus santos? Como pode dar obrigação?”A moça disse: Trago Orobós. Ela perguntou: É com isso que se alimenta? A moça respondeu: É. Quando a moça pobre saiu ela disse: Você vai ver se tirar mais orobós... No dia seguinte, bem cedinho, a moça rica foi lá e tirou todos os orobós, naquela ganância, e encheu uma lata. Carregou a lata e jogou tudo em cima dos santos dela. Quando a moça pobre foi lá, não encontrou mais orobós. Olhou no rio assim desconsolada e viu que tinha um só lá na ponta do galho do rio. Subiu no pé de orobó, quando depois de muito trabalho, já ia pegando nele, ele caiu no rio. Ficou dentro da água subindo e descendo assim. Aí ela disse: Orobomin, o senhor caiu dentro da água; era para eu dar a meu santo. Mas o orobó continuou dançando dentro d’água. Na água se afastou com a correnteza. Ela corria atrás pela beira do rio cantando:
Orobomim – xo – xá
Emin – Kodan – Kodan
Xo – Xá
Orobomim – xo – xá
O que quer dizer: Orobó venha para onde eu estou, tenha compaixão de mim.Quando mais ela cantava, mais ele saltava na água e ia dando aquelas carreirinhas para adiante, da correnteza. E ela atrás cantando... Ela estava descalça, com uma roupa de casa, os cabelos soltos. Foi quando o orobó chegou num peral (redemoinho) e ela vendo que ele ia embora mesmo, ajoelhou-se e tornou a cantar. Estava nesta agonia, quando ela ouviu aquela voz: que estais fazendo aí, minha filha? Era um velho, verdadeiro Abuké – Kuajá (Orixalá velho, fraco), pediu que levasse ele em casa e ela se pôs a ajudar o velho. E o velho se fazendo de mais bambo do que era e demais pesado. E ela com toda a paciência, ajudando o velho, até que chegaram na casa dele. Era uma casa toda suja, levada da breca. Botou o velho na cama. Tinha uma galinha branca. “Meu velho, está com fome?” – perguntou. Varreu a casa toda e procurou comida, mas só achou arroz e cebola. Pegou a galinha e matou e procurou o sal...Não tinha. E aí ela pensou – ele é velho, como assim mesmo. Desfiou o peito da galinha e foi dando para ele comer. O velho aí fazia a boca mais mole. A baba escorria pelo canto da boca e ela enxugava e ia dando a ele de comer. Ele comeu o arroz e a parte da galinha. Ele já tinha mandado ela botar sua touca assim no canto do banco, para poder comer. – Depois de comer ele se pôs a gemer. Ela estava terminando de arrumar a casa e lavar as coisas. Veio ver o que era. O velho então levantou a perna e lhe mostrou a ferida enorme. Ensinou que ela tirasse a pimenta e fizesse uma cataplasma. Mas ela teve pena e fez apenas uma lavagem da ferida. Viu a bola branca no canto...efun (e pensou: deve ser, é um secativo); botou em cima da ferida do velho e ele perguntou: Cadê a pimenta? Ela disse, já botei, e depois contou sua história. Quando ela findou o velho disse, todo dengoso, que levantasse ele. Ela levantou o velho, calçando-lhe as costas com travesseiros. Depois ele disse: bote a toca na minha cabeça. Quando ela levantou a toca era um enorme orobó. A moça ficou muito contente, e o velho lhe disse que, ao sair da casa, voltasse pelo mesmo caminho. Disse; Você vai ver três cabaças (coités) no rio. Não ligue. Siga seu caminho. Encontrará outro que vem para a beira do rio. Pegue ele e abra ali mesmo, mas não olhe para trás. Mais adiante encontrará três cabaços gritando com os primeiros: caminhe, caminhe, caminhe. Deixe eles. Depois encontrará três outros que vêm para a beira do rio. Pegue eles e só abra em casa. Depois disso ele despediu-se da moça, dizendo: Deus lhe acompanhe, No mundo pouco se encontra com a sua paciência. Quando a moça deu por ela, o velho havia desaparecido. Ela saiu e encontrou os três cabaços gritando: caminhe, caminhe, caminhe. Disse: sai-te e continuou o caminho. Depois encontrou um só. Pegou ele, quebrou e não olhou para trás. Era uma riqueza que saiu acompanhando ela... Encontrou, os três gritando de novo. Nada,. Nem ligou. Encontrou os dois, pegou e quebrou. Saíram carruagens, criados, vestidos, tudo que havia de bom e foram acompanhando ela, sem que ela percebesse. Encontrou os outros três gritando, mas não pegou. No fim, apareceram os três que vinham para a beira do rio. Ela pegou, e levou para casa. Quebrou lá dentro de casa e era dinheiro que quase afoga ela e a mãe. Pediu socorro ao velho e aquilo se aplacou. Os babaquaras aí disseram que não era dela aquilo tudo e sim da moça de junto. Foi à frente da moça rica e contou tudo, mas contou ao contrário. Ejonilé (olho grande nela e na casa).
A moça rica não dormiu nessa noite. De manhã para a beira do rio, pegou um orobó e jogou dentro d’água. Saiu atrás dele até chegar no peral. Aí veio o velho. Ela disse para si mesma: Não gosto de velho... Depois se lembrou! Ah! É o velho da história. Pegou ele resmungando e quando o velho se fazia de mais mole ela se zangou com ele. Pegou de qualquer jeito e jogou na cama. Deu sobejo de água, fez comida mal feita. Deu grito com o velho e nem arrumou a casa dele. Quando o velho mostrou a ferida ela botou foi pimenta. O velho choramingou. Aí ela disse: Você ontem levou pimenta e não reclamou... quando chegou a ora de ir o velho disse tudo igual a outra, mas não disse: “a felicidade te acompanhe”.
Quando apareceram logo os três primeiros cabaços gritando: caminhe, caminhe, caminhe, ela disse: esse velho quer me enganar...à outra ele não disse que deixasse esses...aí pegou os três e quebrou na beira do rio. Eram “três cães de rabo”. Pegou os outros três, e era tudo o que não prestava que saía também atrás dela, sem ela ver. Depois ela pegou os três mais e levou para casa. Lá quando quebrou, saiu uma serpente devoradora que comeu ela e tudo e o palácio desabou. Aí vem o provérbio: “Não humilheis os outros para não serdes humilhados”.
Obejokó
Era um dia de Udu-ara ou Abolu-ifá, a grande festa de Orumilá. Ossãe que é zelador das folhas, ou melhor, o dono das folhas, para Orumilá, e também do dinheiro, estava na porta da casa desfiando maruou (folhas de palmeira). Foi quando chegou Xangô e disse: Osahin oniki (Bom dia Ossãe); kilei? (O que há?). Aí Ossãe disse que não iria à festa por que naquele ano a sua plantação só tinha dado abóbora e os inhames, que era o que deveria levar, eram muito poucos. Xangô disse que não tinha nada e que ele fosse mesmo levar. Mas Ossãe não quis ir e então Xangô disse: Pois leve meus cavalos (que significa os filhos de Xangô). Ossãe disse que ele levasse os seus inhames e suas abóboras, mas que não iria mesmo. Ajudou Xangô a carregar os cavalos e viu Xangô ir embora. Quando Xangô chegou ao palácio de Orumilá estavam os santos com aquelas tulhas de inhame. Xangô descarregou os dele e fez o seu monte misturando os inhames de Ossãe e pegou as abóboras e fez a tulha de Ossãe. Salvou Orumilá assim: Ifanin-iboru-iboie-oboxixe (que pela parte dele desejava as maiores felicidades para Orumilá e que seus ixés progredissem). Orumilá viu a pilha de inhames que Xangô havia trazido e ficou muito satisfeito. Depois viu as abóboras de Ossãe e perguntou a Xangô de quem eram. Aí Xangô disse: De Ossãe, querendo incriminar o irmão. Orumilá então disse: Leve esses obarás (abóbora) de volta para Ossãe (porque até aí abóbora não tinha valor de obará) e soprou em cima das abóboras. Mandou então os exus carregarem os cavalos de Xangô com os presentes e as abóboras voltaram nos mesmos em que tinham vindo. E disse a Xangô: Odolá (Adeus, até um dia). Quando Xangô chegou à casa de Ossãe, deu a ele o recado: Está aqui o que Orumilá mandou, os obarás para você. Ossãe ficou triste quando viu os jerimum de volta. Depois que os obará bateram dentro da casa, a família de Ossãe começou a passar necessidade. Choravam: Obará bobenin-obará-orumalé (na parte de Ossãe tem choro, tristeza ou saída; a saída tanto contém moralidade do dito acima, como anuncia desgosto e dor). A mulher dele, porém, é que dizia: Olorum é que nos protege. No terceiro dia já estavam com uma fome extraordinária. Foi quando a mulher de Ossãe propôs: Vamos partir um dos jerimuns dos que Yfá não quis. Decidiram que cortariam quatro talhadas: uma para ela, uma para ele e as outras para os dois filhos. Ossãe pegou a faca e começou o corte. Mas bem não havia afundado a mão quando sentiu que a faca dentro da abóbora tinha batido numa coisa que rangia. Mas ele continuou assim mesmo e quando abriu o obará tomou aquele susto. O miolo que tem as sementes tinha virado dinheiro. Ele então partiu o outro, e o outro e todos tinham dinheiro... Ossãe era pobre e ficou rico. Daí por diante ele passou a ter direito à roupa, come galo arrepiado branco. Para quem sai esse odu não come abóbora, por que se comer dará dor de cólica. Também esse odu tem parte com Xangô e Orumilá, além de Ossãe.
Odi Kankan
Outrora Oxalufã, pai de Oxaguiã, Rei de Egfibó, projetou deixar o reino de seu filho para visitar a seu amigo Xangô, rei de Oyó, o país vizinho. Antes de partir ele foi ver o babalaô que consultou a Ifá e lhe declarou que não deveria empreender aquela viajem. Oxalufã insistiu, perguntou se algumas ofertas ou sacrifícios não tornariam a viajem favorável. O babalaô lhe confirmou que a viajem seria desastrosa de qualquer jeito, ele seria vítima de numerosos desastres, que aventuras más o esperavam e se ele não quisesse morrer, deveria fazer tudo o que lhe fosse mandado, sem jamais recusar um serviço e não lamentar o que lhe acontecesse; e ainda deveria levar três vestimentas de reserva, sabão indígena e manteiga de karité. Oxalufã partiu. Como estivesse velho caminhava lentamente se apoiando no paxorô; encontrou exu assentado sobre a borda da estrada e uma grande barrica de óleo de palma pousada a seu lado. Ele pediu para que ajudasse a carregar seu fardo sobre a cabeça, ele o fez; Exu voltando o conteúdo sobre ele e se pôs a rir e a zombar de Oxalufã que não se aborreceu, mas continuou para o riacho vizinho e tomou um banho, e passando a manteiga de karité sobre o corpo pôs a vestimenta própria e deixou a antiga como oferenda. Meteu-se no caminho fracamente e duas vezes ainda encontrou exu que tomou o mesmo caminho com uma carga de carvão e uma de óleo de amêndoas de palma. Oxalufã fez como da primeira vez e continuou seu caminho. Pouco depois ele entrou no reino de Xangô; passando perto de um campo de milho vê um cavalo de Xangô que foge; ele colhe algumas espigas e dá para o cavalo comer. Os servidores de Xangô, lançados em perseguição ao animal, chegam e prendem Oxalufã como ladrão de cavalos, caindo sobre ele com golpes de bastão, prendem seus braços e pernas e o lançam na prisão levando o cavalo a seu mestre. Sete anos de desgraça passam pelo reino de Xangô; a seca compromete as colheitas, as mulheres tornam-se estéreis, etc... Xangô faz consultar o Ifá que revela que todo esse mal provém de que um velho homem foi injustamente posto na prisão. Buscas e investigações, finalmente Oxalufã é trazido na presença de Xangô. Ele reconhece imediatamente seu amigo, desesperado e envergonhado do que aconteceu ele dá ordens a todos os seus servos, de todos vestidos de branco, e no maior silêncio em sinal de respeito, procurar água para lavar Oxalufã. Voltando em seguida para Oxaguiã que não tinha notícias de seu pai, mal grado as buscas empreendidas, celebraram-se grandes festas e distribuição de alimentos a todas as pessoas.
Ogun-dá-Meji
Orumilá ia fazer uma viajem e foi a um Oluô (babalorixá muito velho); e mesmo lhe recomendou fazer um sacrifício, mas ele se esqueceu. Saiu na carruagem, com seus pajens, os seus exus, e ia pelo caminho quando viu de um lado da estrada pés de obis, e do outro lado pés de orobó. Aquilo era mesmo uma tentação. Ele apeou e começou a comer os obis e orobós. Foi quando chegou a precatória (havendo violado a proibição, além de ter iniciado a viajem sem os sacrifícios preparatórios, passou ele a ser perseguido por entidades sobrenaturais não identificadas).Os inimigos correram atrás dele para pegarem e ele meteu0-se numa carruagem e tocou a toda velocidade com o povo atrás peara pegá-lo. Adiante, ele se viu tão apertado que largou a carruagem e meteu-se num buraco. Foi quando uma aranha começou a fazer uma teia e fechou a passagem. Os inimigos chegaram e, vendo a teia, disseram que era impossível alguém estar ali e foram embora. Os exus, na fuga tinham se espalhado, mas começaram a bater o mato em procura de seu chefe. Um exu, que também estava à procura de seu chefe, encontrou no meio do caminho um homem agachado, com uma faca fincada no chão. Chamou por ele, porque podia ser um inimigo assim disfarçado. Mas era Ogum. Então eles se juntaram e foram descobrir Orumilá. Tiraram ele sem fazer mal à aranha que estava lá no meio da teia. Por isso, quando sai o odu acima se mata com uma faca nova. O sacrifício é de porco e se amarra ele com uma corda nova. Não podendo dar um porco inteiro dar somente a cabeça, os pés, o sangue e a frissura e um quarto da carne.
João Francisco da Costa
Os quatro principais mitos de Oyê servem para que possamos ter uma maior interpretação sobre a religiosidade e as pessoas com as quais vivemos na Terra, sendo importante que pelo menos os conheçamos.
Ojonilé (Ejonilé)
Era uma moça muito bonita que morava num palácio. Tinha também uma moça, porém, muito pobrezinha, que veio com sua velha mãe pedir proteção a rica, para fazer sua choupana ali, encostada no muro do palácio. Mas ela era Omorixá (voltada ao culto dos orixás); no fundo do quintal tinha um rio e na beira desse rio um pé de Orobó, que servia para tirar e fazer obrigação. De manhã ela ia para a beira do rio, tirava uma cuia de orobó e botava no pé do santo. No dia seguinte comia com a mãe. A moça do palácio nem mandava os restos de sua cozinha para elas. Não tinham homens dentro da casa, (para prover sua manutenção), mas iam passando. “A rica ficou um dia à janela para ver como elas viviam, se lhe pedir nada. Viu a moça varrer o terreiro, limpar a choupana, lavar roupa e sair para o rio, viu ela voltar com os orobos. Foi lá no fundo do quintal, trepou no muro e viu o pé de orobó, então a dona do palácio disse que ia acabar com aquilo. Mandou chamar a pobre em seu castelo: “Como é que você vive?” Não tem marido, o que faz? Aí a moça disse: eu sou omorixá. Ela perguntou: “Adora seus santos? Como pode dar obrigação?”A moça disse: Trago Orobós. Ela perguntou: É com isso que se alimenta? A moça respondeu: É. Quando a moça pobre saiu ela disse: Você vai ver se tirar mais orobós... No dia seguinte, bem cedinho, a moça rica foi lá e tirou todos os orobós, naquela ganância, e encheu uma lata. Carregou a lata e jogou tudo em cima dos santos dela. Quando a moça pobre foi lá, não encontrou mais orobós. Olhou no rio assim desconsolada e viu que tinha um só lá na ponta do galho do rio. Subiu no pé de orobó, quando depois de muito trabalho, já ia pegando nele, ele caiu no rio. Ficou dentro da água subindo e descendo assim. Aí ela disse: Orobomin, o senhor caiu dentro da água; era para eu dar a meu santo. Mas o orobó continuou dançando dentro d’água. Na água se afastou com a correnteza. Ela corria atrás pela beira do rio cantando:
Orobomim – xo – xá
Emin – Kodan – Kodan
Xo – Xá
Orobomim – xo – xá
O que quer dizer: Orobó venha para onde eu estou, tenha compaixão de mim.Quando mais ela cantava, mais ele saltava na água e ia dando aquelas carreirinhas para adiante, da correnteza. E ela atrás cantando... Ela estava descalça, com uma roupa de casa, os cabelos soltos. Foi quando o orobó chegou num peral (redemoinho) e ela vendo que ele ia embora mesmo, ajoelhou-se e tornou a cantar. Estava nesta agonia, quando ela ouviu aquela voz: que estais fazendo aí, minha filha? Era um velho, verdadeiro Abuké – Kuajá (Orixalá velho, fraco), pediu que levasse ele em casa e ela se pôs a ajudar o velho. E o velho se fazendo de mais bambo do que era e demais pesado. E ela com toda a paciência, ajudando o velho, até que chegaram na casa dele. Era uma casa toda suja, levada da breca. Botou o velho na cama. Tinha uma galinha branca. “Meu velho, está com fome?” – perguntou. Varreu a casa toda e procurou comida, mas só achou arroz e cebola. Pegou a galinha e matou e procurou o sal...Não tinha. E aí ela pensou – ele é velho, como assim mesmo. Desfiou o peito da galinha e foi dando para ele comer. O velho aí fazia a boca mais mole. A baba escorria pelo canto da boca e ela enxugava e ia dando a ele de comer. Ele comeu o arroz e a parte da galinha. Ele já tinha mandado ela botar sua touca assim no canto do banco, para poder comer. – Depois de comer ele se pôs a gemer. Ela estava terminando de arrumar a casa e lavar as coisas. Veio ver o que era. O velho então levantou a perna e lhe mostrou a ferida enorme. Ensinou que ela tirasse a pimenta e fizesse uma cataplasma. Mas ela teve pena e fez apenas uma lavagem da ferida. Viu a bola branca no canto...efun (e pensou: deve ser, é um secativo); botou em cima da ferida do velho e ele perguntou: Cadê a pimenta? Ela disse, já botei, e depois contou sua história. Quando ela findou o velho disse, todo dengoso, que levantasse ele. Ela levantou o velho, calçando-lhe as costas com travesseiros. Depois ele disse: bote a toca na minha cabeça. Quando ela levantou a toca era um enorme orobó. A moça ficou muito contente, e o velho lhe disse que, ao sair da casa, voltasse pelo mesmo caminho. Disse; Você vai ver três cabaças (coités) no rio. Não ligue. Siga seu caminho. Encontrará outro que vem para a beira do rio. Pegue ele e abra ali mesmo, mas não olhe para trás. Mais adiante encontrará três cabaços gritando com os primeiros: caminhe, caminhe, caminhe. Deixe eles. Depois encontrará três outros que vêm para a beira do rio. Pegue eles e só abra em casa. Depois disso ele despediu-se da moça, dizendo: Deus lhe acompanhe, No mundo pouco se encontra com a sua paciência. Quando a moça deu por ela, o velho havia desaparecido. Ela saiu e encontrou os três cabaços gritando: caminhe, caminhe, caminhe. Disse: sai-te e continuou o caminho. Depois encontrou um só. Pegou ele, quebrou e não olhou para trás. Era uma riqueza que saiu acompanhando ela... Encontrou, os três gritando de novo. Nada,. Nem ligou. Encontrou os dois, pegou e quebrou. Saíram carruagens, criados, vestidos, tudo que havia de bom e foram acompanhando ela, sem que ela percebesse. Encontrou os outros três gritando, mas não pegou. No fim, apareceram os três que vinham para a beira do rio. Ela pegou, e levou para casa. Quebrou lá dentro de casa e era dinheiro que quase afoga ela e a mãe. Pediu socorro ao velho e aquilo se aplacou. Os babaquaras aí disseram que não era dela aquilo tudo e sim da moça de junto. Foi à frente da moça rica e contou tudo, mas contou ao contrário. Ejonilé (olho grande nela e na casa).
A moça rica não dormiu nessa noite. De manhã para a beira do rio, pegou um orobó e jogou dentro d’água. Saiu atrás dele até chegar no peral. Aí veio o velho. Ela disse para si mesma: Não gosto de velho... Depois se lembrou! Ah! É o velho da história. Pegou ele resmungando e quando o velho se fazia de mais mole ela se zangou com ele. Pegou de qualquer jeito e jogou na cama. Deu sobejo de água, fez comida mal feita. Deu grito com o velho e nem arrumou a casa dele. Quando o velho mostrou a ferida ela botou foi pimenta. O velho choramingou. Aí ela disse: Você ontem levou pimenta e não reclamou... quando chegou a ora de ir o velho disse tudo igual a outra, mas não disse: “a felicidade te acompanhe”.
Quando apareceram logo os três primeiros cabaços gritando: caminhe, caminhe, caminhe, ela disse: esse velho quer me enganar...à outra ele não disse que deixasse esses...aí pegou os três e quebrou na beira do rio. Eram “três cães de rabo”. Pegou os outros três, e era tudo o que não prestava que saía também atrás dela, sem ela ver. Depois ela pegou os três mais e levou para casa. Lá quando quebrou, saiu uma serpente devoradora que comeu ela e tudo e o palácio desabou. Aí vem o provérbio: “Não humilheis os outros para não serdes humilhados”.
Obejokó
Era um dia de Udu-ara ou Abolu-ifá, a grande festa de Orumilá. Ossãe que é zelador das folhas, ou melhor, o dono das folhas, para Orumilá, e também do dinheiro, estava na porta da casa desfiando maruou (folhas de palmeira). Foi quando chegou Xangô e disse: Osahin oniki (Bom dia Ossãe); kilei? (O que há?). Aí Ossãe disse que não iria à festa por que naquele ano a sua plantação só tinha dado abóbora e os inhames, que era o que deveria levar, eram muito poucos. Xangô disse que não tinha nada e que ele fosse mesmo levar. Mas Ossãe não quis ir e então Xangô disse: Pois leve meus cavalos (que significa os filhos de Xangô). Ossãe disse que ele levasse os seus inhames e suas abóboras, mas que não iria mesmo. Ajudou Xangô a carregar os cavalos e viu Xangô ir embora. Quando Xangô chegou ao palácio de Orumilá estavam os santos com aquelas tulhas de inhame. Xangô descarregou os dele e fez o seu monte misturando os inhames de Ossãe e pegou as abóboras e fez a tulha de Ossãe. Salvou Orumilá assim: Ifanin-iboru-iboie-oboxixe (que pela parte dele desejava as maiores felicidades para Orumilá e que seus ixés progredissem). Orumilá viu a pilha de inhames que Xangô havia trazido e ficou muito satisfeito. Depois viu as abóboras de Ossãe e perguntou a Xangô de quem eram. Aí Xangô disse: De Ossãe, querendo incriminar o irmão. Orumilá então disse: Leve esses obarás (abóbora) de volta para Ossãe (porque até aí abóbora não tinha valor de obará) e soprou em cima das abóboras. Mandou então os exus carregarem os cavalos de Xangô com os presentes e as abóboras voltaram nos mesmos em que tinham vindo. E disse a Xangô: Odolá (Adeus, até um dia). Quando Xangô chegou à casa de Ossãe, deu a ele o recado: Está aqui o que Orumilá mandou, os obarás para você. Ossãe ficou triste quando viu os jerimum de volta. Depois que os obará bateram dentro da casa, a família de Ossãe começou a passar necessidade. Choravam: Obará bobenin-obará-orumalé (na parte de Ossãe tem choro, tristeza ou saída; a saída tanto contém moralidade do dito acima, como anuncia desgosto e dor). A mulher dele, porém, é que dizia: Olorum é que nos protege. No terceiro dia já estavam com uma fome extraordinária. Foi quando a mulher de Ossãe propôs: Vamos partir um dos jerimuns dos que Yfá não quis. Decidiram que cortariam quatro talhadas: uma para ela, uma para ele e as outras para os dois filhos. Ossãe pegou a faca e começou o corte. Mas bem não havia afundado a mão quando sentiu que a faca dentro da abóbora tinha batido numa coisa que rangia. Mas ele continuou assim mesmo e quando abriu o obará tomou aquele susto. O miolo que tem as sementes tinha virado dinheiro. Ele então partiu o outro, e o outro e todos tinham dinheiro... Ossãe era pobre e ficou rico. Daí por diante ele passou a ter direito à roupa, come galo arrepiado branco. Para quem sai esse odu não come abóbora, por que se comer dará dor de cólica. Também esse odu tem parte com Xangô e Orumilá, além de Ossãe.
Odi Kankan
Outrora Oxalufã, pai de Oxaguiã, Rei de Egfibó, projetou deixar o reino de seu filho para visitar a seu amigo Xangô, rei de Oyó, o país vizinho. Antes de partir ele foi ver o babalaô que consultou a Ifá e lhe declarou que não deveria empreender aquela viajem. Oxalufã insistiu, perguntou se algumas ofertas ou sacrifícios não tornariam a viajem favorável. O babalaô lhe confirmou que a viajem seria desastrosa de qualquer jeito, ele seria vítima de numerosos desastres, que aventuras más o esperavam e se ele não quisesse morrer, deveria fazer tudo o que lhe fosse mandado, sem jamais recusar um serviço e não lamentar o que lhe acontecesse; e ainda deveria levar três vestimentas de reserva, sabão indígena e manteiga de karité. Oxalufã partiu. Como estivesse velho caminhava lentamente se apoiando no paxorô; encontrou exu assentado sobre a borda da estrada e uma grande barrica de óleo de palma pousada a seu lado. Ele pediu para que ajudasse a carregar seu fardo sobre a cabeça, ele o fez; Exu voltando o conteúdo sobre ele e se pôs a rir e a zombar de Oxalufã que não se aborreceu, mas continuou para o riacho vizinho e tomou um banho, e passando a manteiga de karité sobre o corpo pôs a vestimenta própria e deixou a antiga como oferenda. Meteu-se no caminho fracamente e duas vezes ainda encontrou exu que tomou o mesmo caminho com uma carga de carvão e uma de óleo de amêndoas de palma. Oxalufã fez como da primeira vez e continuou seu caminho. Pouco depois ele entrou no reino de Xangô; passando perto de um campo de milho vê um cavalo de Xangô que foge; ele colhe algumas espigas e dá para o cavalo comer. Os servidores de Xangô, lançados em perseguição ao animal, chegam e prendem Oxalufã como ladrão de cavalos, caindo sobre ele com golpes de bastão, prendem seus braços e pernas e o lançam na prisão levando o cavalo a seu mestre. Sete anos de desgraça passam pelo reino de Xangô; a seca compromete as colheitas, as mulheres tornam-se estéreis, etc... Xangô faz consultar o Ifá que revela que todo esse mal provém de que um velho homem foi injustamente posto na prisão. Buscas e investigações, finalmente Oxalufã é trazido na presença de Xangô. Ele reconhece imediatamente seu amigo, desesperado e envergonhado do que aconteceu ele dá ordens a todos os seus servos, de todos vestidos de branco, e no maior silêncio em sinal de respeito, procurar água para lavar Oxalufã. Voltando em seguida para Oxaguiã que não tinha notícias de seu pai, mal grado as buscas empreendidas, celebraram-se grandes festas e distribuição de alimentos a todas as pessoas.
Ogun-dá-Meji
Orumilá ia fazer uma viajem e foi a um Oluô (babalorixá muito velho); e mesmo lhe recomendou fazer um sacrifício, mas ele se esqueceu. Saiu na carruagem, com seus pajens, os seus exus, e ia pelo caminho quando viu de um lado da estrada pés de obis, e do outro lado pés de orobó. Aquilo era mesmo uma tentação. Ele apeou e começou a comer os obis e orobós. Foi quando chegou a precatória (havendo violado a proibição, além de ter iniciado a viajem sem os sacrifícios preparatórios, passou ele a ser perseguido por entidades sobrenaturais não identificadas).Os inimigos correram atrás dele para pegarem e ele meteu0-se numa carruagem e tocou a toda velocidade com o povo atrás peara pegá-lo. Adiante, ele se viu tão apertado que largou a carruagem e meteu-se num buraco. Foi quando uma aranha começou a fazer uma teia e fechou a passagem. Os inimigos chegaram e, vendo a teia, disseram que era impossível alguém estar ali e foram embora. Os exus, na fuga tinham se espalhado, mas começaram a bater o mato em procura de seu chefe. Um exu, que também estava à procura de seu chefe, encontrou no meio do caminho um homem agachado, com uma faca fincada no chão. Chamou por ele, porque podia ser um inimigo assim disfarçado. Mas era Ogum. Então eles se juntaram e foram descobrir Orumilá. Tiraram ele sem fazer mal à aranha que estava lá no meio da teia. Por isso, quando sai o odu acima se mata com uma faca nova. O sacrifício é de porco e se amarra ele com uma corda nova. Não podendo dar um porco inteiro dar somente a cabeça, os pés, o sangue e a frissura e um quarto da carne.
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